Habitar Portugal 12-14 em Évora 24 de Setembro a 30 de Outubro Fórum Eugénio de Almeida Évora Inauguração a 24 de Setembro, 17h30 A exposição que o Fórum Eugénio de Almeida acolhe, constituindo a quinta apresentação, em território nacional, desta selecção de obras de arquitectura construídas no triénio 2012-2014, procura nas suas diversas manifestações compreender, discutir, e reportar o estado e a condição da arquitectura portuguesa que hoje vivemos. Esta selecção fez-se perante uma pergunta: está a arquitectura sob resgate? O resultado pretende ser, mais do que uma conclusão, uma reflexão em aberto. As 80 obras que se apresentam são, cada uma delas, propostas para a construção da percepção de um momento significativo para a arquitectura portuguesa. O período a que esta edição corresponde é coincidente com o programa de resgate financeiro a que Portugal esteve sujeito. Quis-se, por isso, analisar e compreender o impacto que inevitavelmente este facto teve na prática dos arquitectos portugueses. A observação destas obras não torna evidente uma preocupação específica com os programas ou as actuações que, de uma forma ou de outra, incorporaram a actual situação social, política e económica como um seu motivo. Procura, antes, perceber qual o impacto desse estado que ainda não sabemos quanto de transitório terá, de que formas se manifesta e que consequências deixa. Se a arquitectura está sob resgate, como é o seu reajustamento? A quinta edição de Habitar Portugal, que cobre já quinze anos de produção arquitectónica portuguesa, desde 2000, é uma oportunidade para cruzar as suas sucessivas concretizações e reflectir sobre a acumulação de registos que nos permitem uma imagem de uma passagem alargada de tempo pela arquitectura portuguesa. Esse cruzamento, a que naturalmente se chamou palimpsesto, conduziu ao reconhecimento de um processo contínuo de mudanças profundas. As alterações no ensino da arquitectura e a multiplicação pelo país de novos cursos públicos e privados são um dado novo neste espaço de tempo. O reconhecimento público de que foi sendo alvo, sobretudo através dos seus autores mais mediáticos, e a importância crescente da participação dos arquitectos no mercado da construção com as discussões sucessivas sobre a sua autonomia disciplinar e o seu estatuto social e legal são temas presentes mesmo que em permanente reenquadramento. A presença cada vez mais natural da internacionalização dos seus agentes contribuiu para uma visibilidade social dos arquitectos e da arquitectura que transbordou os tradicionais meios disciplinares para a sua divulgação e discussão. Ao mesmo tempo discutem-se as condições e as oportunidades de uma prática que, mesmo disseminando-se pelo território, não podem senão reproduzir as assimetrias que encontramos em todas as outras actividades. Habitar Portugal pretende constituir-se como uma manifestação importante que a Ordem dos Arquitectos assume para a divulgação da arquitectura e a discussão das suas políticas públicas. Luís Tavares Pereira Bruno Baldaia Magda Seifert Comissários HP 12–14