O Storyboard inaugura esta sexta-feira, dia 16, a exposição de pintura de Juliana Julieta Ferreira. Esperamos por vocês pelas 19 horas para dar inicio a "Not Like Painting" a exposição que coloca a arte cinematográfica em contacto com a pintura, propondo novas narrativas e novas composições.
"Nesta série de pinturas, é abordado o cinema como imagem poética, potenciadora de criar diferentes histórias para cada espectador, construindo metanarrativas conforme a organização das imagens e o contexto. Parte da ideia de “atlas” pessoal (Richter) e das questões de reprodução técnica, de W. Benjamin a Luc Tuymans.
A opção pelo monocromático intenta a anulação de hierarquias da figuração e confere intemporalidade à imagem, um frame escolhido de entre outros 24 por segundo. Essa intemporalidade permite a harmonia na convivência de imagens de diferentes épocas da história do cinema. As imagens descontextualizadas ganham uma força autónoma, permitindo serem reorganizadas para criar novas narrativas.
O título da exposição surge de um jogo com a citação do grande fotógrafo Henri Cartier-Bresson:
“Photography is not like painting. There is a creative fraction of a second when you are taking a picture. Your eye must see a composition or an expression that life itself offers you, and you must know with intuition when to click the camera.
That is the moment the photographer is creative. Oop! The Moment! Once you miss it, it is gone forever.”
Publicado no Washington Post em 1957
Quando falo desta série de pinturas quase que digo também “estas pinturas não são como Pintura”, no sentido que não exploram as pontencialidades da categoria, desde a técnica à pobreza da cor. Quase que vai contra à autonomia alcançada com o surgimento da fotografia.
O exercício da pintura traduz-se na tentativa de inscrição entre esse afluente de imagens em movimento, como o afluente de informação que nos rodeia e confunde. A pintura é uma ética da escolha.
Interessa-me essa fração de segundo, as composições ou a expressão que a imagem cinematográfica oferece e que eu sei, com a minha intuição, que preciso de guardar. Uma imagem que me devolve toda uma história. Uma imagem que me suscita novas histórias."
Juliana Julieta Ferreira
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