Desde há vários anos venho acompanhando o trabalho artístico da pintora holandesa Patrice Pupkulies.
A sua capacidade criativa, quase obsessiva, coloca-a num nível de produção invulgar. E é por necessidade imperativa que tem de realizar uma pintura em cada dia.
Transpondo para o papel o imaginário onírico ou um turbilhão de figuras, cenários e vivências é assim que cria uma obra de comjunto absolutamente riquíssimo.
Aborda a figura humana, espelhando a omnipresente nudez da mulher, moldando-a numa torrente de virtudes ou lançando-a numa floresta dos vícios e prazeres mais recônditos.
Dores, medos e alegrias estão bem patentes naquela imensidão de rostos que inundam a sua pintura, a qual, numa primeira impressão, se aparenta de traço naife mas que rapidamente se entende como extremamente complexa.
Patrice é de origem alemã, tendo estudado em Dusseldorf. Trabalhou com o artista alemão Joseph Beuys e foi cantora, atriz e hippie até cair em Amsterdão onde ficou até hoje.
Patrice Pupkulies veio a Torres Novas conhecer esta este canto da Europa e viver os dias da feira medieval.
Os seus trabalhos continuam expostos no espaço Atrás das Artes em Torres Novas. Inicialmente até final de julho optou-se por prolongá-la até o final do mês de Setembro.
Aconselho vivamente a visita a esta belóssima e invulgar exposição que, até agora, passou quase despercebida.
Antero Guerra, artista plástico
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