Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto
Rua Rodrigues Sampaio, 140 - Porto
Discreto, simples, cheio de optimista serenidade, uma vida criativa-construtiva que decorreu em época da ditadura salazarista, da censura e da polícia política (PIDE), Arnaldo Trindade foi um grande virtuose da edição ou produção discográfica. Nascido no Porto, em 1934, impôs-se à atenção dos portuenses com a famosa loja de eletrodomésticos, na Rua de Santa Catarina, mesmo em frente ao Café Majestic. Neste rescaldo dos negócios herdados da família - a venda de electrodomésticos e de microgravações de música - acabaria, de facto, por criar a editora discográfica Orfeu, no ano de 1956, a princípio vocacionada exclusivamente para a gravação de escritores e declamadores (Jaime Valverde, João Guedes, Mário Viegas, Eunice Muñoz, Vasco de Lima Couto, entre muitos outros) a lerem poesia (Miguel Torga, José Régio e Alberto Serpa, Daniel Filipe, Egito Gonçalves, João Apolinário, Veiga Leitão, Eugénio de Andrade, etc) ou prosa (Ferreira de Castro, Jaime Cortesão, Fernando Namora, José Rodrigues Miguéis ou Agustina Bessa-Luís). Avançou depois para os ícones da música popular portuguesa como Zeca Afonso (de que não devemos esquecer os primorosos álbuns “Cantares de Andarilho” e “Cantigas de Maio”). Retirado desde 1983, dedica os seus dias a escrever as memórias em poesia.
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