INTRODUÇÃO À GEOMETRIA SAGRADA (oficina téorico - prática) SÁBADO - 16 de JULHO de 2016 - Trabalho de interior - 8 horas / 10h00 às 19h00 (1 hora de almoço) - Introdução à história e filosofia da Geometria Sagrada. - Ferramentas, conceitos, símbolos e noções de base. - Trabalho prático de geometria. + DOMINGO* - 17 de JULHO de 2016 (opcional) - Trabalho de campo - 8 horas / 10h00/19h00 (1 hora de almoço) - Introdução ao trabalho de campo - Detecção sensível de água - Desenho no terreno da Matriz Quadrada Colectiva. * A actividade de campo de Domingo só se realiza se existir um número minímo de 10 inscritos. Local de Sábado: Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa, Rua dos Caetanos, 29, Bairro Alto, 1249-115 Lisboa. Local de Domingo: a anunciar. _________________________________________________ Esta Oficina faz parte da preparação das novas Formações a começar em SETEMBRO de 2016. Valor associado: 50€ (sábado) 85€ ( sábado e domingo ) _________________________________________________ Desde sempre o ser humano se serviu da geometria para traduzir, compreender e explicar tanto o mundo natural como o sagrado e simbólico. A palavra geometria vem do Grego (geo + metron), e quer dizer medida, ou mensuração, da Terra. Ao caminhar pela vida, cada ser humano, mesmo sem o saber, mede a Terra da medida dos seus passos, traçando no espaço e no tempo a forma da sua própria geometria pessoal. Esse traçado geométrico é único a cada indivíduo, e obedece a três tipos de leis distintas: as do Universo, as da espécie a que pertence, e às do seu próprio cunho pessoal e criativo. De facto, toda a existência, toda a acção, toda a vida, deixam um rasto (ou traçado) característico e individualizado, na trama formada pelas dimensões do Espaço e do Tempo. Esse traçado obedece a modelos geométricos, ou, pelo menos, pode ser interpretado, intuído, ou compreendido através de modelos geométricos. A vida humana é modelada pelos aspectos físico e espiritual e é precisamente à medida desses aspectos que se podem, e se devem, inserir as práticas, as manifestações e as aspirações da vida humana. Esse modelo humano é comum a todos os povos da Terra, variando apenas nas suas colorações culturais, temporais e sociais do momento e do local. Todas as civilizações da nossa história desenvolveram processos próprios de compreensão do mundo natural e de integração ou harmonização nesse mesmo mundo. De facto, todas as grandes civilizações tiveram profundos conhecimentos tanto da estrutura geral da natureza (incluindo a do ser humano), como do modo mais adequado de equilibrar a actividade e a vida humanas com o meio ambiente em que se encontravam. Nos tempos do Antigo Egipto existia um tipo de sacerdote, conhecido pelo nome de Harpedonopta (o esticador da corda), encarregue da função sagrada da mensuração do terreno (ou agrimensura). Devia restabelecer por meios geométricos, e sem nenhuma sombra de dúvida, os talhões de terra que o Nilo devolvia na descida das suas águas após as cheias. A vida no Egipto dependia totalmente das terras fertilizadas pelo Nilo e, por isso, era vital para a economia do país saber exactamente a quem pertenciam os terrenos e onde começavam e acabavam os seus limites. Mas as funções do Harpedonopta não se limitavam às medidas no terreno: devia também conhecer a terra e os seus segredos, bem como saber reconhecer o potencial de cada terreno para a sua futura utilização. Devia reconhecer as formas mais adequadas e quais as orientações perfeitas; compreender a "pele terrestre" na assinatura das formas geológicas do local; pressentir os veios de água subterrâneos e as nascentes de água que pela sua qualidade e pureza iriam alimentar a vida; verificar os movimentos dos ventos e prever a sua influência, nefasta ou benfazeja. Para isso tinha de possuir variados e profundos conhecimentos: tinha de ser capaz de intuir a terra, tanto no seu exterior como no seu interior; de entrar em ressonância com os elementos presentes - minerais, vegetais e animais - para neles ler a qualidade do lugar e assim prever de que modo a vida nele se poderia desenrolar; tinha de compreender a acção do sol, da lua e dos astros durante os dias e as noites do ano, assim como os seus diferentes ritmos e estações; de entrar em contacto com a qualidade do ar e dos ventos, sabendo prever as suas possíveis intensidades e direcções; tinha de compreender os ritmos da vida, do crescimento e da morte, não só humanas mas globais; de visualizar as formas, as cores e modo de trabalhar os materiais mais indicados às actividades locais, efectuando desse modo o matrimónio vivo entre vida, símbolo e evolução. Resumindo, tinha de ter reunido harmoniosamente em si o todo de fora com o todo de dentro, pois a responsabilidade das suas funções era a de proporcionar as condições essenciais ao bem-estar e à saúde do corpo, da mente e do espírito. No império de Roma essa mesma função era conhecida pela designação de Decumanus (o dez-mãos, ou dez-palmos), encarregando-se este de reconhecer o local ideal para se construir uma nova cidade, um templo, palácios, villa, termas, etc. Na China, desde a antiguidade até aos dias de hoje, esses foram os atributos e as funções do Mestre de Feng-Shui (Vento e Água). Também na Europa, durante a Idade Média, essa função foi assumida pelos Maîtres d'Oeuvre (Mestres d'Obra), sendo estes sobretudo conhecidos pela sua responsabilidade na construção das grandes catedrais. Mais recentemente, os investigadores em Geobiologia (nova disciplina europeia semelhante ao Feng-Shui), trabalham com conhecimentos de geometria natural conhecidos e utilizados desde há milénios em Geometria Sagrada. Todos os povos tiveram (ou têm ainda) os seus Harpedonoptas, os seus Decumani, os seus Mestres d'Obra... As aparentes diferenças de coloração são quase sempre só devidas às diferenças das condições locais. O ensinamento foi e é hoje ainda essencialmente o mesmo. Desde sempre transmitido oralmente, de mestre a discípulo, pelo exemplo, de modo tradicional e directo. A prática da Geometria é uma prática pessoal e experimental. Um caminho... Este é um caminho sem outras barreiras que não sejam as das condições locais, interiores ou exteriores. É um caminho global. Em qualquer ponto da Terra a prática é a mesma: a do Aqui e Agora. A Geometria Sagrada é uma das vias para essa prática. Luís Élye _________________________________________________ Mais informações e inscrições: http://www.geometriasagrada.pt sandra@geometriasagrada.pt 91 917 50 69