O Encontro Portugal–Galiza, dedicado ao tema “Mosaicos Romanos – Fragmentos de Cultura nas Proximidades do Atlântico”, realizado entre 6 e 7 de Julho de 2013 no Museu da Villa Romana do Rabaçal – Município de Penela, Beira Litoral, Museu D. Diogo Sousa – Direcção Regional de Cultura do Norte, e Museu Provincial de Lugo – Galiza, foi uma reunião com especificidades muito próprias no âmbito do estudo do Mosaico Antigo. Este Encontro, dividido em três sessões, em conformidade com o programa previamente distribuído de acordo com os participantes e colaboradores, decorreu de uma forma descentralizada em Portugal (Beira Litoral e Minho) e na Galiza (Província de Lugo). Foi promovido pela Associação Portuguesa para o Estudo e Conservação do Mosaico Antigo, secção portuguesa da AIEMA; pelo Encontrharte, do Instituto de História da Arte, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, e pela Facultade de Xeografía e Historia da Universidade de Santiago de Compostela. Teve apoio de várias pessoas e outras instituições de Portugal, Galiza e outras regiões de Espanha, França, Itália, Marrocos e Turquia. Reuniu 47 participantes, responsáveis pela apresentação de 15 comunicações e 12 posters, e ainda os membros da Comissão Científica, Comissão Organizadora, Comissão de Apoio, inscritos e apoiantes, num total de 80 intervenientes. Trata-se de uma experiência de partilha de conhecimentos entre pessoas ligadas a universidades, museus locais e regionais, autarquias, associações, escolas, empresas de conservação e investigadores independentes, enriquecida com a visita a museus de sítios arqueológicos onde decorrem estudos e planos de salvaguarda. Foi, simultaneamente, uma oportunidade de aproximação entre as comunidades próximas dos vários museus e sítios arqueológicos representados. Pretendemos, ainda, através do convite a colegas de outros lugares de Espanha, França, Itália, Turquia e Marrocos, reflectir a originalidade dos mosaicos a ocidente e a oriente, da mesma época, de forma a definirmos traços comuns a este nível, bem como especificidades regionais evidentes. Pretendemos de facto (tê-lo-emos conseguido?) estimular a discussão num panorama do estudo do mosaico antigo em Portugal e na Galiza, numa altura em que descobertas relativamente recentes vêm modificando um panorama de grandeza que parecia restrito a alguns locais. Também os temas aqui reflectidos acerca da actualização do inventário dos mosaicos romanos de Portugal e da Galiza e o avanço dos estudos de conservação apresentados podem ser fundamentais numa estratégia que visa a valorização das várias componentes de um todo. A primeira sessão deste Encontro teve lugar no Museu da Villa Romana do Rabaçal – Município de Penela, da Rede Portuguesa de Museus, na manhã de 6 de Julho, com comunicações sobre o acervo musivário do sul e centro de Portugal. A segunda sessão teve lugar no Museu D. Diogo de Sousa de Braga – Direcção Regional de Cultura do Norte, com comunicações sobre a mesma temática relativamente ao norte de Portugal; a terceira sessão tratou o mesmo tema e teve lugar no Museu Provincial de Lugo, com comunicações sobre a Galiza e região asturiana. Para as referidas sessões foram ainda convidados estudiosos de outras regiões de Espanha, França, Itália e Marrocos, de forma a enriquecer os debates. Foi ainda reflectida a questão do apoio a futuras publicações sobre a decoração musiva antiga em Portugal e na Galiza, e, em particular sobre o estado do Corpus. Este Encontro foi considerado muito positivo por parte dos participantes, os quais incentivaram os seus organizadores a transformá-lo numa tradição, cuja periodicidade deverá ser equacionada de acordo com as necessidades, meios e objectivos a alcançar. Pensamos poder afirmar que ficaram delineadas neste Encontro as seguintes conclusões essenciais: 1º - Contribuímos para a tomada de consciência do valor deste património para Portugal e para a Galiza, bem como da necessidade e a importância do contacto e do intercâmbio com pessoas e instituições congéneres de outras regiões e países; 2º - Foi sentida a necessidade da criação de uma base de dados sobre os mosaicos de Portugal e da Galiza; 3º - Foi sentida a necessidade da clarificação de uma estratégia concertada para a prossecução da publicação do Corpus dos Mosaicos Romanos; 4º - O Encontro Portugal – Galiza fica agora concluído com a publicação das Actas deste Encontro, de parceria com as Entidades Promotoras: Associação Portuguesa para o Estudoe Conservação do Mosaico Antigo (APECMA), secção portuguesa da AIEMA; Instituto de História da Arte, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa (IHA/FCSH/UNL), e pela Facultade de Xeografía e Historia da Universidade de Santiago de Compostela (FXH/USC). Cumpre-nos agradecer publicamente a todos os participantes, colaboradores e instituições que nos apoiaram, destacando o papel do Município de Penela; Museu Provincial de Lugo; Museu D. Diogo de Sousa, de Braga; Museu da Villa Romana do Rabaçal; Campo Arqueológico de Mértola; Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra; Museu Nacional de Ravenna; Universidade Carlos III de Madrid; Atelier de Conservação e Restauro do Museu de Arles; Universidade de Bursa, Turquia; Associação de Amigos da Villa Romana do Rabaçal; Associação Sempre a Aprender; Instituto Nacional de Ciências da Arqueologia e do Património de Rabat; Associação Internacional para o Estudo do Mosaico Antigo; Faculdade de Humanidades de Lugo; Diputacion Provincial de Lugo e Concello de Lugo – Concelleria de Cultura e Promocion da Língua. Este Encontro só foi possível graças ao esforço solidário de muitos, ficando concluído, como dito, com a publicação destas Actas, tarefa esta que as entidades promotoras desta reunião tomaram a responsabilidade de realizar. Uma palavra deverá ainda ser dita. Chamamos a atenção para os milhares de horas de trabalho de voluntariado, no campo arqueológico e no gabinete, que vêm sendo desenvolvidas há décadas em prol da descoberta do património arqueológico. Sem elas, certamente, as presentes reflexões neste Encontro Internacional ficariam muito limitadas Coligir, divulgar e trocar informações entre pessoas com os mesmos objectivos em Portugal e na Galiza, bem como além fronteiras, é fundamental, pois segundo o Catedrático Miguel Unamuno, em obra sua da primeira década do século XX, “o Povo português e o Povo galego são o mesmo povo!”.