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Cláudio da Silva Lê-vos Contos às 19h - Vermelhos de Abrama Petrovitcha Ganibala

Cláudio da Silva Lê-vos Contos às 19h - Vermelhos de Abrama Petrovitcha Ganibala

Em 2002 estive pela primeira vez em Paris. Ia estrear Existência de João Fiadeiro. Nas folgas dos ensaios não pude deixar de aproveitar a oportunidade para conhecer um pouco da cidade. Num desses dias visitei com o meu amigo e colega Rui Catalão um pequeno alfarrabista. Como sempre, demorei-me um pouco na secção de literatura russa. Descobri um livro de novelas de Alexander Segievitch Puchkin mas estava em russo.  Mesmo assim, resolvi comprá-lo. Tinha estudado uns anos russo e era projecto meu lê-lo um dia. Notei, ao lado deste, um outro que me suscitou imensa curiosidade. Um livro chamado Vermelhos de Abrama Petrovitcha Ganibala. Continha um série de micro-contos ou, como me sugeriram mais tarde, haikus em versão conto. Como não conhecia a autora, deixei-a ficar na prateleira. Uns anos mais tarde voltei a encontrar o mesmo livro em Berlin. Coincidência das coincidências. Abrama Petrovicha Ganibala era o nome da mãe de Pushkin. E, aí, até porque o preço era bastante mais  aceitável, não pude deixar de o adquirir. Depois, resolvi traduzir alguns dos contos e investigar. Abrama Petrovitcha Ganibala tinha o mesmo nome mas não era mãe Pushkin. Não podia ser. Tinha nascido cem anos depois de Pushkin. No entanto, os laços familiares existiam. Esta Abrama Petrovitcha Ganibala era bisneta de Pushkin. E, curioso, mais de cem anos depois, ali estava, em Paris, arrumada ao lado do bisavô e perseguia-me até Berlin. Resolvi ler alguns dos seus contos nestas leituras de 5ª feira organizadas pela Re.al. A tradução não é totalmente conseguida mas, pelo menos para mim, valeu a pena arriscar. Acho que valeu a pena.

 

 Abrama Petrovicha Ganibala nasceu em Moscovo, como o bisavô, a 26 de maio de 1889. Não escreveu muito mais do que alguma poesia dispersa e censurada pelo regime da ex-URSS. Este exemplar foi editado em Paris, em russo, para a comunidade russa que aí se refugiou depois da revolução bolchevique.

 

Cláudio da Silva

Eu, Cláudio da Silva, nasci em 1974 em Angola. Ao longo destes já 40 anos tenho vivido em Lisboa. Como artista ou trabalhador precário.

Desenvolvido em Portugal, um pouco por toda a Europa e até pela América do Norte, o produto do meu trabalho tem viajado um pouco por todo o mundo e está disponível, para quem quiser, na internet.
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