14 Dez / 21H30
Cineteatro de Amarante
Existem formas de combate que evoluíram para a dimensão de jogo, tal como a esgrima. Ao longo da peça Distante, terceira da série Paisagens, Máquinas e Animais, os bailarinos são jogadores, convocam a técnica como forma evoluída de nos relacionarmos no corpo a corpo. O corpo-máquina deverá, sobretudo, seguir esta linha, ser capaz de moldar o instinto e dar-lhe uma nova vida ética. A máquina, neste sentido, é a possibilidade de através da técnica e do tecnológico, expandir o corpo e o lugar sem o territorializar. Uma mensagem antiguerra se quisermos... Distante pela dimensão ética perante o outro, distante por um tempo pautado pela repetição, um tempo maquinal usado sobretudo para rememorar. A motivação para fazer uma série de projetos em torno das paisagens, máquinas e animais, surge da necessidade de pensar uma peça que não se esgotasse num único espetáculo, mas que pudesse dialogar com outras obras. A recorrência da paisagem e do corpo como paisagem nos meus projetos, mesmo não sendo sempre de uma forma óbvia, determinou este ciclo de trabalho que se iniciou com IO, prosseguirá com Neve e terá a terceira parte com Distante. Esta aventura ficcional, deve resultar num diálogo inter-peças e intra-peça. Paisagens, Máquinas e Animais, os conceitos aqui envolvidos, evidenciam três pontos de fuga na definição do humano e, simultaneamente, abrem-se como categorias para pensar o corpo performático. Em todas as peças, estas dimensões estão presentes e se cruzem, embora, o ponto de partida para cada uma se situe, respetivamente, em cada uma das dimensões. Se em IO o corpo convoca o animal e o mitológico, o primitivo e o tecnológico, em Neve, emerge a paisagem nas suas variantes, ou seja, paisagem como o fora, o exterior, o indivíduo como paisagem inteligente, a paisagem emotiva e sonora, a imagem filmada como paisagem narrativa. Em Distante, partimos da ideia de um corpo-máquina que permita trabalhar nesse paradoxo do distante-próximo e que parte da técnica como ferramenta fundamental de humanização. — Né Barros
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NÉ BARROS
Né Barros é coreógrafa, bailarina e investigadora. Nos seus projetos colabora regularmente com artistas visuais, fotógrafos, realizadores de cinema, encenadores e músicos. Formou-se em dança clássica, trabalhou em dança contemporânea e composição coreográfica nos EUA. É investigadora no Instituto de Filosofia da Universidade do Porto. É Professora na ESAP – Escola Superior de Artes do Porto e convidada em diversas instituições. Doutorada em Dança, Master in Dance Studies. Estudou Teatro. Cofundadora do Balleteatro e diretora artística do Family Film Project.
Bilhetes: https://bit.ly/Distante_Amarante_14Dez
Preço: 7,5€
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Duração 1h Classificação etária 6+ --- FICHA TÉCNICA Direção e coreografia Né Barros Música Alexandre Soares Cenografia FAHR 021.3 Media Art João Martinho Moura Interpretação Afonso Cunha, Beatriz Valentim, Bruno Senune, Vivien Ingrams Desenho de luz Nuno Meira Esgrima José Luís Guimarães Figurinos Flávio Rodrigues Produção executiva Tiago Oliveira Difusão Andreia Fraga Agradecimento Filipe Melo Apoio ESGRIMA | Sport Club do Porto Coprodução Balleteatro, Teatro Municipal do Porto
Fonte: https://www.balleteatro.pt/agenda/evento/DISTANTE-PAISAGENS-MAQUINAS-ANIMAIS-NE-BARROS-Cineteatro-de-Amarante/