A exposição explora a forma como cientistas, filósofos, escritores, artistas e cineastas representam as plantas para estudos científicos ou para seu usufruto, criando herbários de natureza científica e poética.
Por meio de uma abordagem multidisciplinar, a exposição apresenta o trabalho exploratório de diversos botânicos e artistas.
No exterior, Alpendre do Celeiro e Lagar, apresenta-se o trabalho Mario Alberto Pedraza, que documentou as orquídeas colombianas com base nas coleções de Alexander von Humboldt (1769-1859) e Aimé Bonpland (1773-1858), realizadas no início do século XIX
No espaço contemplativo do Celeiro, o visitante é convidado a descobrir o impressionante Grand Herbier d'Ombres/Grande herbário de sombras de Lourdes Castro (1930-2022), apresentado na instalação Je/Eux d'Ombres da artista Claudia Isabel Navas. Neste espaço, Philippe Durand surpreende com Boscs, cianótipos que apresentam várias espécies da flora das regiões mediterrânicas francesas contemporâneas. Esta viagem reflexiva é ainda reforçada por um corredor ladeado de flores amarelas dos Andes, fotografadas por Ramón Laserna e pela sonoridade de excertos das oito Lettres de Botanique [Cartas sobre os elementos de Botânica] de Jean-Jacques Rousseau.
No Lagar, a exposição aborda as primeiras técnicas de representação de plantas, desde a recolha manual durante as expedições botânicas do século XVIII até às impressões de plantas, aos desenhos à mão e às primeiras fotografias. Aqui, apresentam-se ilustrações da Real Expedición Botánica (1783-1816), dirigida por José Celestino Mutis (1732-1808), que inspirou as reflexões de Ramón Laserna sobre a fragilidade do mundo natural. A sua obra segue os passos de Mutis, que acolheu Humboldt e Bonpland em Santa Fé de Bogotá em 1801. Neste espaço, encontra-se também uma instalação de vídeo sobre Impressions de Plantes [Impressões de plantas], um herbário que contém as plantas recolhidas nas Américas por estas figuras históricas.
A exposição integra a Coleção de Fotografia de Botânica da Universidade de Coimbra, destacando os contributos de figuras como Júlio Augusto Henriques (1838-1928). Além disso, as aguarelas únicas de orquídeas portuguesas de Ursula Beau (1906-1984) celebram a biodiversidade portuguesa.
Mecenas do Parque
Mecenas do Parque
Fonte: https://www.serralves.pt/ciclo-serralves/2910-herbarium-seen-andamp-dreamed/