17:00 até às 19:00
CICLO DE DEBATES | As origens intelectuais da revolução. As causas dos livros - Literatura anticolonial

CICLO DE DEBATES | As origens intelectuais da revolução. As causas dos livros - Literatura anticolonial

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As origens intelectuais da Revolução. As causas dos livros - Literatura anticolonial
CICLO DE DEBATES | 9 out. '24 | 17h00 | Auditório | Entrada livre

A BNP associa-se ao cinquentenário do 25 de Abril, organizando o Ciclo de Debates “As Origens Intelectuais da Revolução Portuguesa – as causas dos livros".

Em comparação com a primeira sessão, os contornos da literatura anticolonial são mais internacionais, mas também mais difíceis de precisar. A lista de livros a discutir começa pelas obras do jornalista Basil Davidson da década de 1950, do antropólogo norte-americano Marvin Harris, Portugal's African "Wards" - A First-Hand Report on Labor and Education in Moçambique (1958) e de James Duffy, Portuguese Africa (1959). A esta configuração anglo-americana pertencem, igualmente: o livro do jornalista português António de Figueiredo, que terá sido ajudado, tanto por Harris como por Davidson, na publicação do seu livro intitulado Portugal and its Empire: the Truth (1961); bem como o de Perry Anderson, Portugal and the End of Ultra-Colonialism (1962).

Do lado francês, a revista Présence Africaine acolheu nacionalistas angolanos nas suas lutas pela independência, como foi o caso de Mário Pinto de Andrade e do escritor Castro Soromenho. O P. Robert Davezies, conhecido por ter denunciado as atrocidades da Guerra da Argélia, emprestou a sua voz à causa de Angola, num primeiro livro Les Angolais (1965), a que se seguiu La Guerre d'Angola (1968). Seguindo a mesma internacionalização, importa não esquecer, por ordem cronológica, a intervenção de dois outros combatentes pela libertação da Guiné e de Moçambique. Foi o caso de Amilcar Cabral, que escreveu a introdução à obra de Basil Davidson, The Liberation of Guiné: Aspects of an African Revolution (1969), bem como de Eduardo Mondlane, The Struggle for Mozambique (1969). Nesta sequência, seria ainda de considerar a intervenção do P. Hastings na denúncia do massacre de Wiriamu, ocorrido em 1972.

À lista de obras já elencadas, poder-se-iam acrescentar outras, porventura mais dispersas ou de carácter híbrido, porque situadas entre géneros. A este respeito, a obra de Alfredo Margarido afigura-se bem significativa. Por um lado, ela carreia para dentro da militância anticolonial a reflexão crítica sobre o racismo e a negritude. Foi o que sucedeu em Negritude e humanismo, um opúsculo publicado pela Casa dos Estudantes do Império, em 1964. Por outro lado, Margarido construiu uma articulação rara entre produção literária e investigação histórica e antropológica. Esta última tinha, aliás, raízes na criatividade dos surrealistas, representados na passagem de Cruzeiro Seixas por Angola, iniciada na década de 1950. Paralelamente, a tradução portuguesa de Os condenados da terra de Frantz Fanon, com prefácio de Jean-Paul Sartre, aponta para um outro facto editorial conseguido na contra-corrente da censura, em meados da década de 1960.

Moderadora: Isabel Castro Henriques

Convidados: Aurora Santos, Bernardo Cruz, José Augusto Pereira, Manuela Ribeiro Sanches, Nuno Domingos e Víctor Barros.



PRÓXIMAS SESSÕES
30 outubro | História e Ciências Sociais | Moderador: Victor Pereira
20 novembro | Literatura | Moderadora: Inês Brasão
4 dezembro | Jornalismo | Moderadora: Rita Luís

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25 setembro | Opções Políticas | Moderador: António Costa Pinto | Convidados: António Araújo, Henrique Monteiro, Jaime Nogueira Pinto, José Neves, Rita Carvalho, Tiago Fernandes.

Coordenação: António Costa Pinto, Victor Pereira, Inês Brasão, Rita Luís
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