D. Pedro IV morreu em Queluz, no dia 24 de Setembro de 1834, com apenas 35 anos de idade. Na véspera do seu precoce e triste apagamento, pelas quatro horas da manhã, sentindo-se desfalecer, dirigiu-se aos Brasileiros, manifestando-lhes a sua dedicação e aproveitou para ditar algumas últimas vontades. Entre elas, destaca-se a de deixar o seu «coração à heroica cidade do Porto, teatro da minha verdadeira glória...». Cumprindo a sua vontade, no dia 7 de Fevereiro de 1835 ancorou, na Ribeira do Porto, o navio Jorge IV que desde Lisboa trouxe o precioso legado que foi transportado processionalmente até à Igreja da Lapa, onde foi depositado e permanentemente guardado por militares até ao dia 9 de Fevereiro de 1837, enquanto se construía o mausoléu. Nesse dia o coração foi definitivamente encerrado no Mausoléu, construído para o efeito na Capela-Mor da Igreja, onde ainda se encontra, guardado num escrínio de prata dourada, a cinco chaves guardadas no gabinete do Presidente do Câmara do Porto. Ao longo de quase um século, no dia 24 do mês de Setembro de cada ano celebraram-se Exéquias solenes pelo Rei Soldado na Igreja da Lapa, por ordem da Irmandade e da Câmara Municipal, cujos pontos fortes, para além da missa e dos ritos exequiais, eram a Oração fúnebre pronunciada por um conhecido Orador Sagrado, do Porto ou de fora, e também a música sacra, executada e interpretada por coros de qualidade notória. Esta tradição foi retomada pela Irmandade da Lapa em 2018, no âmbito do projeto PORTO LIBERAL. Programa: Evocação de D. Pedro IV de Portugal, I do Brasil e Leitura de elogio fúnebre por Agostinho Ribeiro Concerto: Coro Polifónico da Lapa, Grupo Coral de Ribeirão, Alexandra Quinta e Costa Soprano, Banda do Exército (destacamento do Porto),Filipe Veríssimo (órgão), João Veríssimo (piano), sob direção do Capitão Artur Cardoso. Interpretação de obras de Nikolay Rimsky Korsakoff , David Gillingham , J.S. Bach , Jacob de Hann , William Gomez.