Chamaram-lhe “torrencial”, mas, provavelmente, quem melhor o definiu terá sido o encenador francês Phillip Boulay, que o considerou autor de palavra “hemorrágica”. Isto porque, em Bernard-Marie Koltès, cada palavra “tem o seu corpo, a sua língua, a sua musculatura”.
Na Solidão dos Campos de Algodão, porventura o texto mais representativo de toda essa organicidade, peça central de toda a obra de Koltès, surge agora revisitada pelo Teatro GRIOT, com quatro atores a alternar e a sobrepor os papéis do dealer e do cliente durante a combinação de um negócio que nunca chega a acontecer.
Com encenação de Zia Soares, “na cena, os quatro são como animais acuados”, vigiados e vigilantes, dominantes e dominados, “corpos brutalizados que tentam escapar à solidão do processo de desumanização a que estão sujeitos” numa “arena de diálogo e morte”. FB
O espetáculo não se realiza a 25 e 26 de setembro.
Sessão com língua gestual portuguesa e conversa com o público a 22 de setembro.
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