Uma aparente dualidade. Os trabalhos de Margarida Albino e André Gonçalves, assim o parecem indicar. As diferença de idades ilusoriamente reforça ideia. Perante este caminho de certezas falsas, convidá-los para um final de tarde de Domingo.
Debaixo de terra. Uma 'cave'. Um pé direito gigante, do tamanho do tronco de uma árvore. O espaço e as ressonâncias. O terceiro vértice. Longe da unificação. Amplificação dos sons de cada um dos músicos e do espaço. Longe do rebuliço. Nós debaixo do lago.
ANDRÉ GONÇALVES | Desde finais dos anos 90 pensa e desenvolve projetos em diversas áreas artísticas, nomeadamente nas artes plásticas, na música, no vídeo, na instalação e na performance.
Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em 2005 e em 2009, foi distinguido com uma Menção Honrosa no FILE Prix Lux 2010, em São Paulo, e finalista do Celeste Prize 2010, em Nova Iorque.
Apresentou o seu trabalho, a solo na Experimental Intermedia Foundation, em Nova Iorque, no Nam June Paik Art Center, em Seoul, no FILE, em São Paulo, na Steim, em Amsterdão, no Pixelache, em Helsínquia, no Todays Art, em Haia, na La Casa Encendida, em Madrid, entre muitas outras participações, também em mostras colectivas.
Em Portugal, já viu a sua obra visual exposta na Fundação Calouste Gulbenkian, no Centro Cultural de Belém, no Maat, e nos festivais Temps d'Images, Experimenta e Sónar, entre outros.
O seu trabalho musical, a solo ou em coletivos como O Carro de Fogo de Sei Miguel, Gigantiq ou In her Space, e está documentado em mais de 25 edições em diversas editoras nacionais e internacionais. André já tocou em festivais reconhecidos de música experimental e mais exploratória como as do Festival Semibreve, em Braga, onde esteve várias vezes, a solo ou ao lado de nomes incontornáveis como Hans-Joachim Roedelius ou Zeena Parkins, no festival Jardins Efémeros, em Viseu, onde fez residências artísticas com Suso Sáiz e Casper Clausen (Efterklang e Liima), ou nos jardins de Lisboa, a convite do Lisboa Soa, onde tocou duas vezes, uma delas com o guitarrista Tó Trips. Também levou a sua música à Fundação de Serralves e à Casa da Música, no Porto, ao Teatro Maria Matos, à Culturgest ou à galeria Zé dos Bois, em Lisboa.
Tocou em diferentes formações, com músicos conceituados como Phil Niblock, Lloyd Cole, Adrian Utley e Tim Hecker entre outros. Na última década, é ainda reconhecido pelo seu trabalho como criador da marca de sintetizadores modulares ADDAC System - Instruments for Sonic Expression, que programa, desenha, constrói e toca - e fornece a milhares de músicos, dentro e fora de portas, como Depeche Mode, Aphex Twin, Chemical Brothers, Trent Reznor/Nine Inch Nails, Ben Frost, Tim Hecker, Amon Tobin, Richie Hawtin, Deadmau5, Junkie XL, Jamie Lidell, Oscar Holter.
http://andregoncalves.bandcamp.com/ | andregoncalves.info | http://addacsystem.com/
MARGARIDA ALBINO | Margarida é uma artista multidisciplinar que vive entre Portugal e Bruxelas.
A sua prática começou com imagem em movimento e experimentos em película, tendo revelado o seu primeiro filme experimental, Depth Wish – exibido internacionalmente e premiado como Melhor Filme Experimental no Festival Porto Femme em 2022. Entre outras funções, trabalha enquanto designer e operadora de som para filmes. A sua prática sonora tem vindo a acentuar-se em forma de instalações sonoras e atos performáticos por vezes em espaço público, também de forma colaborativa. Explora objetos ressonantes no espaço, sistemas de feedback e simbióticos e interessa-lhe trabalhar elementos clássicos como terra, ar, água, fogo e éter. Faz dj-sets improváveis e por vezes desconfortáveis.
Neste concerto, pretende explorar a possibilidade de improvisar ao vivo, gerando sons digitais ressoando de forma acústica, modelados por objetos e pequenas ações no espaço.
http://terratreme.pt/director/margarida-albino | https://caminhos.info/filmes/27ccp-169_depth-wish_margarida-albino | https://instagram.com/margaridaalbino_
Bilhetes à porta no dia do concerto | 08 Euros