*Roda Cadente* objetos, poderes e ensaios para feminismos em devir
Nesta quarta roda teremos como linha de orientação o cordão - elemento simbólico que representa a ligação de um corpo a outro, o nosso laço primordial e umbilical com a mãe. O corte do cordão umbilical é uma metáfora recorrente da psicologia à literatura, momento que representa a transição da dependência para a independência, do vínculo familiar para a individualidade.
Adentramos o arquétipo da Grande Mãe, do instinto materno, que nos atravessa quer tenhamos ou não filhos.
Vamos refletir sobre o espaço que nos é concedido para expressar e sofrer quando não há filhos — seja por impossibilidade, seja por desejo e escolha.
Queremos questionar as pressões que recaem sobre as que decidiram ser mães — incluindo todas as realidades sobre as quais ninguém as preparou — e exploraremos formas de descristalizar facetas da mãe que não nos servem. Queremos, ainda, encarar a solidão que existe e está presente em todas estas maternidades.
Em círculo, enlaçamos cordões e preocupações e partilhamos práticas de autocuidado que nos apontam novos reposicionamentos para a figura da mãe e da mulher que se desdobra e descobre, entre facetas e cicatrizes.
A cada *Roda Cadente* abrimos e conduzimos um espaço para partilha de ideias e exercícios a partir de um objeto que nos serve de bússola, pela sua materialidade e pela sua simbologia.
Um espaço para um tempo de paragem, de revelações, de cuidado, de beleza. Um espaço que contraria as forças de um mundo que corre e nos obriga a obedecer às suas demandas, transformando-nos em máquinas de fazer. Um mundo que nos bombardeia e assusta, porque assoberbadas e anestesiadas de medo, somos mais domesticáveis, menos pensantes, menos vibrantes. Um mundo que sabe da força e magia que acontece quando mulheres se encontram em verdade. 🌚
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