Aurora, no caminho para a igualdade apresenta um ciclo de programação multidisciplinar, que envolve artistas, cultores e alunos, sobre os valores e as conquistas de abril e o papel da mulher à luz dessas conquistas, por forma a encontrar novos caminhos na luta pela igualdade de género. Participam no projeto Aurora as Escolas Públicas: São Pedro da Cova, Gondomar; Pedrouços, Maia; Rodrigues de Freitas, Porto; e João Gonçalves Zarco, Matosinhos. Os alunos do Secundário destas escolas estão, presentemente, a desenvolver trabalho artístico por meio de oficinas de vídeo, fotografia, e ilustração, orientadas pelas artistas/formadoras Paula Preto, Sónia Borges e Vanessa Fernandes e pelo videasta Ivo Reis (Espectro Visível). No próximo dia 16 de janeiro, Aurora, no caminho para a igualdade apresenta o espetáculo “Memórias de uma falsificadora”, de Catarina Requeijo, com encenação de Joaquim Horta, a partir do livro homónimo de Margarida Tengarrinha, artista plástica e resistente antifascista. O espetáculo evoca a vida desta mulher, sobretudo o longo período em que viveu na clandestinidade (1954-1974): o seu trabalho como falsificadora, a mudança constante de casa e de identidade, a morte do companheiro - José Dias Coelho - brutalmente assassinado pela PIDE, a separação das filhas, o isolamento da família e dos amigos. Numa relação de grande proximidade com o público, recorrendo a artefactos muito simples, uma atriz - habituada a fazer-se passar por outras pessoas - recria os passos mais importantes do percurso de Margarida e dá voz à perspetiva das mulheres sobre a vida na clandestinidade. Uma vida cheia de privações mas que, ainda assim, a autora considera uma vida feliz, plena de sentido. Terá lugar na extraordinária Biblioteca Jaime Cortesão, na Escola Rodrigues de Freitas, com uma sessão dirigida ao público escolar, às 10h30, e uma outra para o público em geral, às 14h.