Masterclass — Miguel Dores: Revisitar Alcindo - concorrências entre processos fílmicos e processos

Masterclass — Miguel Dores: Revisitar Alcindo - concorrências entre processos fílmicos e processos  
Sexta-feira, 10 nov - 15:00
Casa do Cinema de Coimbra 
Em 2021 estreou-se o documentário Alcindo. De lá para cá o documentário foi exibido com debate cerca de 130 vezes, em festivais, associações, cineclubes, espaços culturais, bibliotecas, escolas e ruas. Uma das mais demarcadas conclusões do estudo das plateias portuguesas que assistiram a esta longa-metragem – em consonância com as fases de preparação, produção e financiamento coletivo -, é a de que a memória do caso Alcindo Monteiro continua a desencadear memórias mobilizadoras e unanimemente comovidas. Mesmo a três décadas de distância. A longa-metragem Alcindo, em si, transformou-se na consumação da contundente atualidade deste drama social, e através desta pode ser observada a fertilidade do Cinema para a construção de processos políticos e memoriais. Mas também pode ser observado o seu revés. De 2019, data do primeiro rascunho do filme, à sua estreia em 2021, o país a que se dirige Alcindo torna-se outro. Os assassinatos de Luís Giovani, Ihor Homeniuk, Bruno Candé e George Floyd, a criação de organizações como o Chega e o Movimento Zero, bem como diversas violências e perseguições racializadas que marcam o presente português, atropelam um território documental que não podia ser mais o mesmo, porque a memória de Alcindo Monteiro também já não o era. É nessa História que se move e se contesta – não a História dos arquivismos e da reprodução fria de determinações estruturais – que Alcindo (2021) nos clama para a ação. Nesta masterclass, Miguel Dores abordará o itinerário investigativo de um filme com um percurso incomum: de tese de mestrado em Antropologia a longa-metragem exibida à escala nacional. 
Preço: 6€