Publicado por George Orwell em 1945, «A Quinta dos Animais» é um texto político e satírico e uma fábula sobre o modo como nos relacionamos com o outro. Soma-se o velho tema do poder, de como o poder pode ser irresistível e corrompe. Nada mais atual. Faz sentido perguntar aos mais novos: quem manda aqui?
«Aqui» pode ser a Quinta do Infantado, onde decorre a ação de Orwell e onde os animais instauram uma nova ordem, mas também pode ser o pátio de um liceu. «Aqui» começa por ser o lugar da insatisfação para passar a ser o lugar da revolução e finalmente o lugar da exploração, o lugar onde uns se impõem à custa do sacrifício dos outros. N’«A Quinta dos Animais», a revolta permite que todos os bichos passem a ser iguais. Até ao momento da traição, do abuso, o momento em que o fascínio pelo poder se sobrepõe à igualdade e à liberdade.
E se as crianças, que viessem ver esta história, acabassem por a roubar e, a pretexto do teatro, se apropriassem dela? E triunfassem? E por momentos se tornassem os donos da quinta e nós os porcos que lhes obedecem? Através destas ideias surgiu a vontade de erguer um espetáculo, construído pelas crianças todos os dias, para questioná-las sobre o modo como vivemos juntos, nos organizamos e quais os seus perigos.
Ficha técnica: Interpretação: Cláudia Gaiolas | Cenografia: F. Ribeiro | Desenho de Luz: Daniel Worm | Desenho de som: Pedro Costa | Produção executiva: Cláudia Teixeira | Produção: Homem Bala | Coprodução: LU.CA, Teatro Virgínia | Apoio institucional: Fundo de Fomento Cultural / República Portuguesa – Ministério da Cultura | Apoio: Lusitano da Penha de França, Exército Português | Direção de Tonan Quito
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