Noé Sendas tem vindo a desenvolver um corpo de trabalho que se debruça sobre a ideia de criação de pequenas performances narrativas e identitárias quer através de esculturas, quer de desenhos, colagens fotográficas ou instalações. Na imagem que desenvolveu para o cartaz do 40.º Festival de Almada, e na consequente série que será apresentada no Teatro Municipal Joaquim Benite, Sendas parte de um conjunto de imagens pré-existente de fotógrafos dos anos 30, 40 e 50, com uma incidência especial no espólio de Silva Nogueira, cujo trabalho descobriu justamente numa visita a uma exposição deste fotógrafo na galeria do TMJB. Cada imagem é uma construção através de um meticuloso trabalho de apagamentos, desmoronamentos, desconstruções que acabam por propor a ruína da própria imagem. Cada personagem é simultaneamente um corpo, mas também um espaço — um corpo de um ator/atriz e o corpo-espaço que o/a acolhe para através dele fazer a sua performance. Um corpo-teatro a realizar uma performance íntima imaginária, tornada visível e real no olhar do público que agora a vê. (Filipa Oliveira)
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Noé Sendas (Bruxelas, 1972) vive entre Berlim, Madrid e Lisboa. Estudou na Kunstlerhaus Bethanien (Berlim), na School of Art Institute of Chicago, na Royal College of Fine Arts (Londres) e na Ar.Co (Lisboa). Expõe regulamente desde o final dos anos 90. Tem exposto os seus trabalhos na Akademie der Kunst; no Centro de Artes Helio Oiticica (Rio de Janeiro); no Museu Calouste Gulbenkian; na Casa de América (Madrid); no Centro de Artes Visuais de Coimbra; na Culturgest; no Designhaus Darmstadt; na Fundação EDP; na Fundación Botín (Santander); na Fundación Canal (Madrid); na Fundación ICO (Madrid); no Gemeentmuseum den Haag (Haia); no Goethe-Institut e no Instituto Cervantes de Estocolmo; na Künstlerhaus Bethanien (Berlim); no Kunstmuseum Bonn (Bona); no Kunstraum Botschaft (Berlim); na Alameda Art Laboratory (México); no Le Plateau – Centre d’art contemporain (Paris); no Maat; no Museo de Arte Contemporáneo Gas Natural Fenosa (Corunha); no Museo de Arte Contemporáneo de Vigo; no Museo Extremeño Iberoamericano de Arte Contemporáneo (Badajoz); no Museu do Chiado; no Museu Berardo; no Museu Fundación ICO (Madrid); no Patio de la Infanta (Saragoça); no Patio Herreriano (Valladolid); na Galeria Municipal do Porto; no Multimedia Art Museum (Moscovo); no TENT (Roterdão); no Visual Arts Center of Texas; e no Yerba Buena Center for the Arts (São Francisco), entre outros espaços.
Localização: Largo Conde Ferreira 11A, 2800-133 Almada