TRBO DE ATUADORES_ÓI NÓIS AQUI TRAVEIZ M.E.D.E.I.A
Sinopse Na obra M.E.D.E.I.A, a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz retoma uma versão antiga e pouco conhecida do mito, trazendo uma mulher que não cometeu nenhum dos crimes de que Eurípides a acusa. Por mais de dois mil anos, Medeia, uma das mais poderosas mulheres da mitologia grega, é acusada de várias atrocidades, tais como o fratricídio, o infanticídio, e é esta imagem que foi imposta à consciência ocidental que a Tribo vem negar. O mito é questionado e reelaborado de maneira original, para analisar o fundamento das ordens de poder e como estas se mantêm ou se destroem. Medeia é uma mulher que está na fronteira entre dois sistemas de valor, corporizados respectivamente pela sua terra natal, e pela terra para a qual foge. Ambas as sociedades, Corinto e Cólquida, respectivamente, apresentam na sua história um sacrifício humano fundamental, que serviu para a estabilização do poder patriarcal. Medeia é uma mulher que enxerga seu tempo e sua sociedade como são. As forças que estão no poder manifestam-se contra ela, chegando mesmo à perseguição e ao banimento, ela é um bode expiatório numa sociedade de vítimas.
Ficha Espectáculo: Roteiro, encenação, cenário, iluminação, figurinos: Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz. Autores/as: Christa Wolf, Rosa Luxemburg, Heiner Müller, George Tabori, Anna Akhmatova, Eurípides, Helga Novak. Música: Johann Alex de Souza Preparação vocal: Leonor Melo Produção: Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz Atuadora: Tânia Farias Operação de luz: Lucas Gheller Operação de som e vídeo: Paulo Flores Duração do espetáculo: 60 minutos Classificação indicativa: 16 anos
A Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz surgiu em Porto Alegre, em 1978, com uma proposta de arte pública que contribuísse com a democratização, com a descentralização da cultura e com o livre acesso aos bens culturais. Desde então, o grupo desenvolve um trabalho contínuo de pesquisa em relação à linguagem cênica e ao processo criativo do ator. As suas três principais vertentes são: o Teatro de Rua, o Teatro de Vivência e o trabalho artístico-pedagógico, desenvolvido na sua sede, a Terreira da Tribo (1984), e em outros bairros populares junto à comunidade local. Para o Ói Nóis Aqui Traveiz, o Teatro é um lugar de invenção e experimentação, um meio de transformação, de mudança de mentalidades, a nível social e, também, individual. Reconhecida hoje como Ponto de Cultura, a Terreira da Tribo é um dos principais centros de investigação cênica do país e se constituiu como Escola de Teatro Popular, referência nacional na aprendizagem do teatro e a única no Estado a oferecer formação teatral qualificada de forma gratuita. Em 2015 recebeu o Prêmio Ordem do Mérito Cultural do Governo Federal a maior honraria concedida pelo Estado pela relevância dos serviços prestados à comunidade.