GIULIANO DA EMPOLI, AUTOR DO BESTSELLER O MAGO DO KREMLIN, EM LISBOA NO ÂMBITO DAS NOVAS CONFERÊNCIAS DO CASINO
• Giuliano da Empoli, autor do romance O Mago do Kremlin publicado em Portugal pela Gradiva e já galardoado com o Grande Prémio do Romance da Academia Francesa e com a primeira edição do Choix Goncourt du Portugal, estará em Portugal como orador da primeira conferência do Ciclo ‘Novas Conferências do Casino 2023’ intitulada O Fim da Paz? - A Rússia, Último Império Colonial, na qual intervirá também Bruno Maçães, Conselheiro Sénior da Flint Global, em Londres e ex-Secretário-Estado dos Assuntos Europeus.
• O evento terá lugar no dia 17 de Maio, pelas 17h30 na Fundação Calouste Gulbenkian (uma organização do Círculo Eça de Queiroz, do Grémio Literário e do Centro Nacional de Cultura que conta com as colaborações da Gradiva e da Fundação Calouste Gulbenkian)
• Esta conferência será realizada em inglês, sem tradução simultânea, e será transmitida por streaming em - http://videocast.fccn.pt/live/fccn/fcgulbenkian
Por ocasião da vinda de Giuliano da Empoli a Portugal a Gradiva lança em Portugal o seu último livro Os Engenheiros do Caos, um ensaio dedicado à análise dos novos «mestres» da propaganda política, já traduzido em mais de dez línguas. A ascensão dos populismos, na Europa e não só, ganhou a forma de uma dança desenfreada que inverte as regras estabelecidas e as transforma no seu oposto. Ao contrário do que se possa pensar, por detrás das aparências do espectáculo populista está o trabalho árduo de ideólogos, cientistas e especialistas em big data, sem os quais os líderes populistas dificilmente teriam chegado ao poder. São estes os engenheiros do caos, cujo retrato Giuliano da Empoli pinta nesta sua nova obra. Uma investigação que mostra uma galeria de personagens, muitas delas desconhecidas do público em geral, que estão a mudar as regras do jogo político. Com consequências sociais imprevisíveis.
A CONFERÊNCIA
A hegemonia americana, um legado institucional que Roosevelt deixou em 1945, fez nascer a convicção de que as guerras de conquista e de submissão dos povos eram coisas do passado. Este modelo de conquista e destruição, que caracterizou as relações humanas
durante milhares de anos, foi banido pela Carta das Nações Unidas, partilhada por todas as nações do mundo.
Durante quase oito décadas, desde 1945 até aos dias de hoje, embora a paz não fosse uma constante, o conceito de conquista, subjugação e destruição de um povo ou de uma nação por outra, desapareceu praticamente.
Vladimir Putin tem tentado, contudo, restaurar a sua supremacia sobre outros povos, algo que os seus antecessores fizeram ao longo dos séculos. Em vez de actuar de acordo com as regras de convivência internacional consagradas por Roosevelt, Putin assume como referência de politica externa - Ivan, o Terrível, Pedro, o Grande e Estaline.
A questão que se nos coloca é a seguinte: o mundo que vivemos desde 1945 foi apenas um parêntesis que se fechou e estará a barbárie de novo a ameaçar-nos?
Que razões presidem ao ressurgimento da guerra e que alguns aceitam como uma inevitabilidade, saudada e aplaudida não só pelas plateias internas da Rússia, mas também por públicos externos?
O livro O Mago do Kremlin de Da Empoli, publicado é certo antes da invasão da Ucrânia, mas depois das invasões pela Rússia da Geórgia, da Crimeia e das chamadas repúblicas separatistas (até à sua integração na Rússia), é uma viagem ao coração da loucura humana, à vertigem do exercício da maldade como elixir da salvação.
O resultado desta jogada de alto risco do líder da maior potência nuclear do mundo, vai ter consequências maiores sobre o futuro da vivência no planeta terra. Procurar perceber o que lançou a roda da guerra de novo em andamento, faz parte do processo de tentar de novo, ganhar a paz.
Esta conferência pretende mapear algumas das respostas possíveis a estas questões.
As Novas Conferências do Casino, uma iniciativa conjunta do Círculo Eça de Queiroz, do Grémio Literário e do Centro Nacional de Cultura regem-se pela mesma inspiração que motivou Eça de Queiroz e Oliveira Martins entre outros, quando tentaram despertar o Portugal de há 150 anos para as questões do seu tempo. Hoje os temas serão diferentes, mas as preocupações quanto ao futuro, são, muito provavelmente, as mesmas.
ORADORES
GIULIANO DA EMPOLI
De origem italiana e suíça, GIULIANO DA EMPOLI é ensaísta e conselheiro político. É licenciado em Direito pela Universidade Sapienza de Roma e tem mestrado em Ciência Política do Institut d’Études Politiques de Paris. Foi conselheiro principal do primeiro-ministro italiano Matteo Renzi, tendo sido também conselheiro sénior do vice-primeiro-ministro e ministro da Cultura de Itália Francesco Rutelli, entre outros cargos. Em 2016, fundou o think thank Volta, um membro da rede Global Progress. Em 2022, a Gradiva publicou O Mago do Kremlin, o primeiro romance do autor. Com profundo conhecimento dos meandros políticos e grande experiência como ensaísta, esta é uma obra baseada numa alargada investigação. Publica agora Os Engenheiros do Caos, que analisa os processos e as técnicas por detrás do novo populismo.
BRUNO MAÇÃES
BRUNO MAÇÃES é presentemente Conselheiro Sénior da Flint Global, em Londres, onde aconselha companhias sobre política internacional, e Senior Fellow da Universidade de Renmin, em Beijing, e no Hudson Institute, em Washington. Secretário de Estado dos Assuntos Europeus de Portugal entre 2013 e 2015, foi condecorado pela Espanha e pela Roménia pelos seus serviços ao governo. É doutorado em Ciência Política pela Universidade de Harvard e foi professor investigador no American Enterprise Institute, em Washington, e no Carnegie, em Bruxelas. Tem escrito para publicações como o Financial Times, Politico, Guardian e Foreign Affairs e aparece regularmente na CNN, na BBC, na Bloomberg, na CCTV e na Al Jazeera.