“Ser-Rio, Deus-Corpo” é o nome do novo livro de poesia de Sara F. Costa, que tem vindo a crescer no mundo da poesia. A autora, que viveu em Pequim e é fluente em mandarim, lança em Lisboa, aquele que é o seu sexto livro de poesia. Em 2021 Sara F. Costa ganhou uma bolsa de criação literária financiada pela Direcção Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas do Ministério da Cultura Portuguesa, o que deu origem a “Ser-Rio, Deus-Corpo”, livro editado pela editora Labirinto. "parir-te em verso, meu amor, parir-te continuamente em movimentos circulares no chão de um templo taoista parir um pássaro entre continentes dois mundos inteiros que desaguam em ti. " O poeta Luís Aguiar referiu-se a esta obra da seguinte forma: "Há uma inquietude no «Ser-Rio» que nos remete para o abandono, e um reencontro intenso e memorável no «Deus-Corpo», com imagens cinematográficas que em determinados momentos me fazem recordar «O Espelho» de Tarkovsky, já que a poeta nos apresenta poemas que oscilam entre a cor, o preto e branco e o sépia. Talvez seja nessa fuga, e posteriormente no reencontro, que a Sara F. Costa restaura a consciência de que a poesia tem, muitas vezes, uma força de nos impelir a abandonar tudo, para que sejamos dignos de voltar a poder recolher a poesia pelas raízes, no rumor da vida, nos silêncios que conversam e que só os sentimos na língua, como afirmou certa vez António Lobo Antunes, mas sem descurar o solene caminho que é o de encontrar o cordão umbilical, ensanguentado, obviamente, mas que nos ligará com ferocidade à poesia, ao discurso do amor, o amor de um filho parido, e que será sempre parido em cada instante – permitam a redundância –, a todo o momento, seja em Portugal ou na China." A apresentação ficará a cargo de Mariana Varela numa sessão dupla onde se seguirá a apresentação do livro "Luz e Escopro" de Maria João Cantinho, ambos publicados pela Editora Labirinto.