A mais famosa e controversa tragédia do dramaturgo britânico John Ford (1586-1639?), Má Sorte Ter Sido Puta (Tis Pity She’s a Whore, no original) ressurge numa versão cénica assinada por Cátia Terrinca e Sofia Berberan, a partir de tradução de Cucha Carvalheiro.
Publicada pela primeira vez em 1633, a peça centra-se na relação incestuosa entre Giovanni e Annabella, a personagem que Antonin Artaud considerou “a imagem do perigo absoluto”. Devido ao tema do incesto (e à ambiguidade como Ford o trata), este marco do teatro renascentista britânico manteve-se durante quase três séculos como uma peça maldita, não raras vezes omitida de antologias do autor ou, quando representada, merecedora de outro título. Durante a segunda metade do século XX, a peça seduziu nomes como Luchino Visconti (que a encenou em Paris com Romy Schneider e Alain Delon) ou Declan Donnellan, e inspirou filmes de Vilgot Sjöman, Giuseppe Patroni Griffi e Roland Joffé.
Nesta encenação para dois atores, assinada por Paulo Laje, o “amor egoísta, diabólico e destruidor” de Gio e Bella (nomes assumidos na atual versão) são o mote para uma reflexão sobre o desejo e a morte. [Frederico Bernardino/ACL]
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