Instituto Açoriano de Cultura
Alto das Covas - Apartado 67 - Angra do Heroísmo Ver website
Esta exposição explora a dualidade da fusão de objetos orgânicos e não orgânicos, colocando a questão da possibilidade, entre tantas outras, de unificação da matéria, de simbioses entre vida e não vida. Fá-lo tendo como referência a filosofia de Timothy Morton e o modo como o aquecimento global está a alterar lentamente os nossos padrões de vida e a relevar a acuidade de olharmos para todos os seres com quem coabitamos no planeta, pois a nossa sobrevivência é indissociável da vida que nos rodeia. Assim, explorar maneiras de falar sobre essas formas de vida e seres ecológicos em grande escala é uma prioridade.
São várias as interrogações que a exposição levanta, nomeadamente o que têm os materiais nucleares, o nosso sistema solar ou a propagação do corona vírus em comum? Entidades viscosas não-locais, massivamente distribuídas no tempo e no espaço, envolvem temporalidades diferentes das da escala humana. São hiper-objetos. E nós, humanos, presos em loops algorítmicos, somos poemas sobre o hiper-objeto Terra. E necessitamos de outros modos e formas de as enunciar, de as dizer, que sejam capazes de capturar a sua animação e que não as reduzam a substâncias aborrecidas. Por exemplo, há mais escalas e camadas do que supomos, pois parece que o todo é sempre menor que a soma das partes. São várias entidades e infinitos dentro de um mesmo ser. Entidades embrulhadas em entidades. Uma estranheza enorme. Um sem fim de questões à procura de um olhar, à espera de reflexão.
Paulo Ávila Sousa é natural de Angra do Heroísmo (1976). Formou-se em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, em 2005. Desde então criou diversos projetos em Artes Plásticas, Design, Música, Moda, Vídeo, entre outros. Nas Artes Plásticas conta com diversas exposições individuais e coletivas desde 2004 até à presente data. Baseia a sua obra na desconstrução de objetos e materiais e na descontextualização dos propósitos para os quais foram criados. Um exercício efêmero do Homem com a Matéria – a Arte que cria – e a relação com a Natureza e o Cosmos.
Interessa-se também pelo desenvolvimento de conceitos, marcas e espaços, e foi cofundador de movimentos como o Festival Azure, re.function – the eco sustainable art residency e re_act contemporary art laboratory.
Fonte: https://angradoheroismo.pt/evento/isto-e-arte-exposicao-wrapped-entities-de-paulo-avila-sousa-2023-02-06/
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