ÉVORA CARTA AO FUTURO Évora Carta ao Futuro é um projeto do fotógrafo Cabrita Nascimento, inspirado num texto de Virgílio Ferreira, Carta ao Futuro, publicado pela primeira vez em separata, na Revista Vértice, em 1958 . Na data em que a Universidade de Évora galardoa o escritor angolano Ondjaki, com o Prémio Literário Virgílio Ferreira 2023 , os SBID- Serviços de Biblioteca e Informação Documental juntam-se à comemoração, com a proposta visual do fotógrafo Cabrita Nascimento. Esta é uma proposta que ilustra a arte do olhar sobre a cidade de Évora, por intermédio da acutilante leitura de um dos autores maiores do panorama literário português do século XX. A obra do escritor que, acuradamente, reflete a cidade de Évora, é agora transposta para a obra do fotógrafo, através de um jogo de luz e sombra que nos acaba por trilhar a memória de um passado, que o futuro, no presente, nos obriga a (re)visitar. Por entre as leituras de Carta ao Futuro, e sob um olhar crítico e atento, escritor e fotógrafo ilustram as gentes e as ruas da cidade de Évora, e (re)criam, plasmando, aquela é a cidade do Património e da Cultura, a cidade do passado, e de um futuro no presente. Cidade Património Mundial da Humanidade, designação atribuída pela Comité do Património Mundial da Unesco, em 1986, e futura Capital Europeia da Cultura, em 2027. A partir da literatura de Vergílio Ferreira, transposta pelo olho/lente de Cabrita Nascimento, encontramos a dialética do olhar, que capta aquelas que são as marcas físicas de uma cidade vivida na dureza de um tempo, em que o vagar é arcano do branco e preto de um sul ao sol, mas também as marcas d’alma e a essência dos muros e mouros, das muitas vidas transfiguradas pelo «alarme da memória», que inquieta o presente. Fazendo eco da inquietação do escritor, que alerta e ilustra a cidade de Évora sob o «alarme da memória», que ignora a «exatidão do presente», encontramos a cidade “preto no branco”, com as suas casas e modas, com as suas gentes de cal viva e terra, distantes dos altos muros dos palacetes que dormem. Sob os olhares de turistas alheios, e de estudantes e moradores que a habitam, empodera-se uma cidade que gentrifica do alto do monte, que alumia e cobre de sombra as praças, as gentes, as ruas, as escadas, as portas e pórticos, as janelas, os palácios, as igrejas e catedrais, e que resiste, digna, na brandura do seu vagar. SBID-Serviços de Biblioteca e Informação Documental UÉ Rute Marchante Pardal din-cultural@bib.uevora.pt Inauguração 16H, dia 01 de MAR, integrada nas comemorações da Entrega do Prémio Vergílio Ferreira 2023 ao escritor Ondjaki. Patente no corredor da Sala das Bellas Artes e Cisterna do Colégio do Espírito Santo da Universidade de Évora.