Curadoria: David Revés
Profanar os corpos, profanar o Tempo, profanar a História. Numa apropriação do título do livro homónimo de Giorgio Agamben, Profanações pretende avaliar criticamente os ideais racionalistas de Progresso e sua maquinaria de mobilização cinética sob os quais as sociedades ocidentais se têm orientado. Afirmando a profanação enquanto gesto especulativo que possibilite a criação de novos horizontes para pensar e fazer-mundo, esta exposição reunirá obras de diferentes naturezas e origens, propondo distintas modalidades de pressionar a História e suas expectativas normalizadoras, assim como procurando exaltar todas as materialidades — esquecidas, presentes e futuras — que existem no seu interior.
Caminharemos, assim, por territórios estéticos que se situam entre o transcendente e o telúrico, convocando produções oriundas da religião, bruxaria, sexualidade, adivinhação, entre outras, que se afirmam como formas de contrariar dispositivos de controlo, rigidificação e previsão da experiência. Em tudo isto uma ideia latente: a que encara a Matéria e a Terra — e todos os seus ritmos, paixões e tumultos — como forças agenciais, radicais e absolutas.
A exposição conta com obras de: Albrecht Dürer, Annie Sprinkle & Beth Stephens, António da Silva, Christine Henry, Francisca Sousa, Igor Jesus, Isabel Cordovil, Jol Thoms, Mariana Gomes, Odete, Paulo Serra, Pedreira, Pedro Moreira, Plastique Fantastique, Rasmus Myrup, Sonja Alhäuser.
Fonte: https://www.culturgest.pt/pt/programacao/profanacoes-territorio-3/?