Filipe, um empregado de armazém existencialista, é o jovem arquétipo do proletariado, moldado numa família coesa mas marcada pelo abandono do patriarca. Nascido nos arrabaldes do Porto, faz-se camaleão no seu meio. Contudo, vive ensimesmado nos seus pensamentos niilistas, afundado numa rotina de precariedade, fervilhando em pensamentos de derrota latente que afoga em prazeres mundanos, abundantes, electrizantes e fáceis no seio do seu sub-mundo. Tudo parece mudar quando Fernando, um dos irmãos de Filipe, é preso por narcotráfico e este é convidado pelo Partido para se tornar representante dos trabalhadores do Armazém. Entretanto, no 4420, incuba-se um novo movimento cultural, encabeçado por Fábio, o irmão mais novo de Filipe, que vem a tomar expressão como outrora acontecera no Bronx.
Num estilo cru, mas repleto de humor, o autor mostra-nos a realidade de muitos jovens dos subúrbios, como quem nos desfere um murro no estômago.
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