A sexta sessão da Mostra de Primeiras Curtas é integralmente dedicada à realizadora e artista brasileira Ana Vaz.
Ana Vaz é uma artista e cineasta cujos filmes, instalações e performances constroem relações entre ambientes, territórios e histórias híbridas, ampliando as fronteiras de nossa percepção.
A partir da colagem de materiais encontrados ou filmados, os seus filmes combinam etnografia e especulação em explorar as fricções e ficções impressas em ambos os ambientes cultivados e selvagens e os seus múltiplos habitantes.
Os seus filmes foram exibidos internacionalmente em festivais de cinema e instituições como a Tate Modern, o Palais de Tokyo, o New York Film Festival, o TIFF Wavelengths, o Rotterdam Film Festival, o BFI, o CPH:DOX, o Cinéma du Réel, o TABAKALERA, o Courtisane, o Videobrasi, entre outros.
Focos específicos no seu trabalho foram desenvolvidos em seminários e instituições como o Flaherty Seminar (EUA), Doc's Kingdom (Portugal), Lux Salon (Reino Unido), Short Circuit Film Festival (Espanha) e Massart Film Society (EUA).
O seu trabalho também foi apresentado em exposições individuais e coletivas, como a Moscow Biennial of Young Art (Rússia), Dhaka Art Summit (Bangladesh), Khiasma (França), Rosa Brux (Bélgica) and Temporary Gallery (Alemanha).
No dia 29 de Outubro serão projectadas cinco curtas-metragens da realizadora: SACRIS PULSO (2008); ENTRE TEMPS (2012); LES MAINS, NÉGATIVES (2012); OCCIDENTE (2014) e HÁ TERRA (2016).
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SACRIS PULSO (2008) SACRIS PULSO parte do esmembramento de outro filme, BRASILIÁRIOS (1985), uma interpretação da crónica “Brasília” de Clarice Lispector e da sua visão da capital modernista. O filme marca o encontro da minha mãe, interpretando Lispector, com o meu pai, compositor da banda sonora do filme. Através da justaposição de BRASILIÁRIOS com uma série remontada de found footage, o filme assume a forma de uma viagem de recordação e fuga, de tempo passado e futuro costurado entre materiais pessoais e colecionados, memória e ficção.
ENTRE TEMPS (2012) Uma meditação e um devaneio sobre uma cidade simultaneamente real e imaginada. Pensado como um documentário sobre os edifícios ZUP na França, o filme encontrou forma como um confronto poético e expansivo com a psicogeografia de uma Europa contemporânea em crise. Um requiem para uma cidade sonhada entre o passado e o presente.
LES MAINS, NÉGATIVES (2012) Um postal, os mercados de segunda mão de Saint-Ouen.
OCCIDENTE (2014) Um filme-poema de uma ecologia de cantos que falam de uma história colonial que se repete. Subalternos tornam-se senhores, Antiguidades tornam-se conjuntos de jantar reproduzíveis, pássaros exóticos tornam-se moeda de luxo, exploração torna-se turismo-desporto-extremo, monumentos tornam-se dados geográficos. Uma viagem esférica para leste e para oeste marca ciclos de expansão numa luta para encontrar o lugar de alguém, alguém sentado à volta de uma mesa.
HÁ TERRA (2016) HÁ TERRA! é um encontro, uma caça, um conto diacrónico do olhar e do devir. Como num jogo, como numa erseguição, o filme deambula entre personagem e terra, terra e personagem, predador e presa.
Dia 29 de Outubro | 18H30 | Térmita Livros
Entrada livre, lugares limitados, sujeitos à ordem de chegada.
• Curadoria: Cátia Rodrigues • Folha de Sala: Raquel Schefer • Design: José Filipe de Alexandre