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EXPOSIÇÃO “E Primeiro Era A Palavra: Quando Me Dás Ouro, Tenho O Céu'

EXPOSIÇÃO “E Primeiro Era A Palavra: Quando Me Dás Ouro, Tenho O Céu"

“A abóbada não caiu… a abóbada não cairá!” escreveu-nos Alexandre Herculano no século XIX.

É com este mote que a exposição se desvenda: da construção da abóbada do Capítulo do Mosteiro da Batalha do século XV, à escrita de Herculano no XIX; da claridade ao embaçado; da luz à sombra; do brilho ao fosco.

Em tudo o material contribui quando só a conservação é que a retira da fatalidade do espelho antigo: imprecisão, realidade pouco fiel. A matéria rasga o brilho, trazendo o reflexo inóspito e expressivo. Tudo morre e o esplendor fica cativo. É assim que a nave da Igreja nos desvela “E Primeiro Era A Palavra: Quando Me Dás Ouro, Tenho O Céu”. A palavra como começo, sussurro, verdade, anunciação e prece. A exposição anuncia a terceira abóbada de Herculano. O autor encontraria uma ruída, outra erigida e esta refletida. O desvio é a força, ver mal ou não ver de todo para se ver bem. Tudo pode ruir, mas a abóbada permanecerá.

Durante três dias o Mestre Afonso Domingues aguardou sentado debaixo da abóbada por crer que esta não desmoronaria.

Como gentil exploradora do fio do tempo, a exposição principia nas três partes da abóbada, nos três dias, na trindade, no infinito – oito das pontas de um projeto que do século XIV ao século XXI, reconfigura palavras, estímulos e histórias.

Fonte: https://www.culturacores.azores.gov.pt/agenda/default.aspx?id=40751
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