CCB - Centro Cultural de Belém
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O Tempo e o «Eu» - Em Busca do Tempo Perdido
A monumental obra de Marcel Proust, considerada uma das mais importantes de todos os tempos, tem sido estudada, avaliada, dissecada, por incontáveis especialistas e leitores entusiastas. É possível que tudo já tenha sido dito sobre este livro de culto, dividido em sete volumes, três dos quais publicados postumamente. Sabemos que Proust recreou cuidadosamente (e exuberantemente) o passado através do poder da memória. Simultaneamente, num golpe de génio, transformou a vida em Arte, criando uma estética inimitável. Harold Bloom, no seu Cânone Ocidental, refere-se a Em Busca do Tempo Perdido como «a verdadeira persuasão do ciúme sexual» e não há dúvida que esse sentimento avassalador atravessa toda a obra. Mas não podemos restringir a análise ao ciúme e à nostalgia, uma vez que o autor inclui, na sua teia densamente urdida, referências à filosofia, à sociologia, à arte, à música, aos costumes, à sexualidade, à política e, principalmente, a uma ideia revolucionária do Tempo. Todas estas áreas, e muitas mais, são objeto de reflexão ao longo da narrativa, o que faz de Em Busca do Tempo Perdido um romance que não tem fim. Grande número de personagens corresponde a figuras da época e os acontecimentos subtilmente inscritos nas suas vidas marcaram a passagem do século XIX para o século XX, dando-nos uma perspetiva essencial desse tempo de viragem. Nas sessões que dedicaremos a Em Busca do Tempo Perdido esperamos esmiuçar as diversas vertentes deste insólito «romance» e, se possível, descobrir novas abordagens e novos prazeres.
Helena Vasconcelos recomenda a tradução para português de Em Busca do Tempo Perdido da autoria de Pedro Tamen, edição Relógio D’Água, Lisboa.
Fonte: https://www.ccb.pt/evento/formas-de-ler-por-helena-vasconcelos/2022-04-07/
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