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Concerto “Requiem para o Mosteiro de Santa Clara”

Concerto “Requiem para o Mosteiro de Santa Clara”

A igreja de S. Francisco com o apoio da Direcção Regional de Cultura do Alentejo apresentam, no dia 18 de julho às 18h00, o REQUIEM PARA O MOSTEIRO DE SANTA CLARA, interpretado pelo ensemble Metáfora das Flores e dirigido por Magna Ferreira.

“Requiem para Santa Clara”
Metáfora das Flores, Ensemble de Música Barroca
O programa deste concerto é maioritariamente constituído por obras do compositor Frei Francisco de São Boaventura (Porto?, fl. 1739 – 1802) e escritas para o Mosteiro de Santa Clara (Porto). A exceção é feita no início da primeira parte, onde escutaremos o hino dedicado à Rainha Santa Isabel, também ela monja do Convento de Santa Clara de Coimbra. Trata-se de um hino estreado nas cerimónias da sua canonização, em 1625, e composto pelo compositor Domenico Mazzochi com poema do próprio Papa Urbano VIII. Frei Francisco de São Boaventura foi um compositor pertencente à Ordem dos Carmelitas Calçados.
Mapeando os manuscritos musicais do compositor, percebemos a importância deste músico no seio dos conventos femininos de clausura da cidade do Porto, nomeadamente do Mosteiro S. Bento de Avé-Maria e, em especial, do Convento de Santa Clara. Terá trabalhado, também, na Igreja da Misericórdia do Porto.
As características estilísticas das obras apresentadas na primeira parte são exemplo da forte influência da música italiana nos compositores portugueses da época, nomeadamente da ópera. O virtuosismo vocal, a tensão dramática das frases melódicas, da harmonia e a textura da orquestração, são fruto da aprendizagem e interação com os vários músicos italianos que trabalhavam em Portugal e que se apresentavam nos serões musicais da corte e alta burguesia, assim como nos teatros de ópera.
Na segunda parte do programa está o centro do que o move: o “Requiem” (1791). Trata-se de uma encomenda da Mestre Capella do Mosteiro de Santa Clara (Porto), D. Maria Manoel do Coração de Jesus.
Para além do interesse musical que representa a obra, composta para quatro vozes (Coro e Solistas), violinos I e II, violoncelo e órgão (baixo contínuo e obbligato), trata-se um exemplo único na história
da música portuguesa, pois em todo o século XVIII não encontrámos, ainda, outro exemplo de um Requiem escrito por um compositor português.
A obra rege-se por vários contrastes dinâmicos, agógicos, e tímbricos que acompanham o gesto dramático do texto. Sendo que a sua linguagem se distancia um pouco do repertório apresentado na primeira parte, voltamos a encontrar aqui a tensão dramática das frases mas, acima de tudo, a tensão dramática das harmonias e texturas da orquestração.
Não obstante o contexto desta obra, não deixa de ser curioso que o ano da sua estreia coincide com o ano da estreia do “Requiem” de Mozart.


Magna Ferreira Direção Musical
Porto, Junho de 2021
Breve nota biográfica
Magna Ferreira é docente no Curso de Música Antiga da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (Instituto Politécnico do Porto) e no Conservatório de Música do Porto.
Licenciada em Canto pela ESMAE, na classe da Prof.ª Fernanda Correia. Mestre em Estudos da Criança, pela Universidade do Minho, com a tese “Contributos para um Cânone da Ópera Infantil Portuguesa”, sob orientação da Prof.ª Doutora Elisa Lessa. Mestre em Advanced Vocal Ensemble Studies pela Schola Cantorum Basiliensis, na classe do Professor Anthony Rooley, com a tese “Missa al rigor a 7: Santa Cruz Monastery of Coimbra (Seventeenth Century)”

Músicos:
Magna Ferreira, Soprano I
Bianca Alves, Soprano II
Ana Santos, Mezzo soprano
Miguel Barreira, Barítono
Mariña García-Bouso, Violino I
Andoni Conde, Violino II
Diana Vinagre, Violoncelo
Flávia Almeida Castro, Órgão

PROGRAMA:
Parte I
Domenico Mazzochi (Civita Castellana, 1592 – Roma, 1655)
Poema de: Maffeo Barberini – Papa Urbano VIII (Florença, 1568 – Roma, 1644)
“De S. Elisabetha Lusitaniæ Regina, Hymnus” (1625)
Frei Francisco de São Boaventura (Porto?, fl. 1739 – 1802)
“Lição ultima de Sabbado Sancto, para cantar a Exm.ª Snrª D. Maria Perigrina, sendo principiante na
idade de onze annos” (1794)
Frei Francisco de São Boaventura
Lamentação “Jod. Manum suam misit hortis” para “(…) executar a Exma. Pupila D. Maria Perigrina, (…)
na sua idade de 12 annos naõ completos (…)” (1795)
Frei Francisco de São Boaventura (?)
“Lamentação a solo” (s.d.)
Parte II
Frei Francisco de São Boaventura
“Requiem” (1791) – estreia moderna

A entrada é livre, sujeita à lotação da igreja.
O evento será divulgado e transmitido em direto na página de Facebook da igreja de São Francisco.
https://www.facebook.com/s.francisco.evora/

Fonte: https://www.cm-evora.pt/eventos/concerto-requiem-para-o-mosteiro-de-santa-clara/
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