Sexta-feira, 21 de Maio, 13h00, Sala do Arquivo da CML Beethoven e António Chagas Rosa Solistas da Metropolitana: José Pereira, Joana Dias (violinos), Joana Cipriano (viola), Catarina Gonçalves (violoncelo) António Chagas Rosa - Quarteto de Cordas N.º 1 L. v. Beethoven - Quarteto de Cordas N.º 10, Op. 74 Duzentos anos separam as datas de criação dos dois quartetos de cordas que se juntam neste programa. Em 1809, Viena vivia tempos conturbados. As tropas napoleónicas bombardearam e ocuparam a cidade, levando a aristocracia vienense a ocupar-se de diferentes assuntos, negligenciando o apoio aos artistas. Era o caso de Ludwig van Beethoven. As suas 5.ª e 6.ª sinfonias haviam sido estreadas no final do ano anterior, mas sem grande entusiasmo por parte do público. Por tudo isto, o músico atravessava um período difícil quando compôs este seu Op. 74, uma obra que também se conhece pelo nome de Quarteto Harpa – referência explícita a um breve momento do primeiro andamento em que as cordas são pulsadas com os dedos (pizzicato). Este não é, todavia, o aspeto mais notável de uma partitura que nos reserva bastante mais para descobrir. Por seu turno, em 2009, António Chagas Rosa recebeu do saudoso Manuel Dias da Fonseca a encomenda para compor um quarteto de cordas. A passo que na primeira melodia do quarteto de Beethoven reconhecemos semelhanças com o BWV 789 de J. S. Bach, no caso da obra do compositor português sobressai desde início o primeiro tema d’A Arte da Fuga. Seis anos depois admitia numa entrevista que «o quarteto de cordas é uma formação dificílima de dominar», que «trai e intimida, simultaneamente». Acrescentava que, por isso, «senti em várias ocasiões na minha vida a necessidade de escrever para ou com quarteto de cordas, sim, mas no intuito de aprender a fazê-lo com competência. Não sei se o consegui, mas tentei…». Acrescentamos agora nós: conseguiu, admiravelmente. Entrada Livre