17:00
Novo Ciclo de Exposições do CIAJG

Novo Ciclo de Exposições do CIAJG

Oito novas exposições e diálogos com as coleções marcam o início do programa artístico “Nas margens da ficção” no Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG). O “alfabeto africano” de José de Guimarães e tradições dos povos de Cabinda. A transmissão e a emancipação com as “maternidades” africanas, Yasmin Thayná, Maria Amélia Coutinho e Carla Cruz. O cinema de Sarah Maldoror em curto-circuito com a “Sala das Máscaras”. “Cosmic Tones”, de Francisca Carvalho. Néons de letras, e a desconstrução do signo, por José de Guimarães. As verdades e as ficções do “pasado”, por Rodrigo Hernandéz. Um teatro de personagens insólitos, por Fernão Cruz. A máquina do mito, com Kiluanji Kia Henda, Manoel de Oliveira, Horácio Frutuoso, José de Guimarães e Anna Francheschini. Um colosso dentro do museu, com a curadoria de Ángel C. Ulloa e 12 artistas de várias nacionalidades.

_

Com o título “Nas margens da ficção”, o novo programa artístico do CIAJG debruça-se sobre o fazer ficcional da arte, remete para histórias e formas de narrar que ficaram esquecidas. Para a polifonia e o emaranhado de vozes, muitas vezes contraditórias, que disputam o museu. 
Dar margem à ficção através de uma imaginação que se dirige para o real e o regenera, é por onde caminharemos. Reativando o contar e o narrar, o programa convoca formas de conhecimento esquecidas ou em desuso, especulações digitais, tradições orais, construções mitológicas, fábulas, especulações. 
Há um desejo nesta proposta de mover a arte e a história para além dos factos concretos, da mera informação – em direção a um sentimento de transfiguração, de poesia, de alegria. Se tudo fala no museu, como “enlouquecer” a História, os objetos, as imagens, os gestos, as palavras? 
Num mundo onde as crises são permanentes e anestesiam a nossa capacidade de resposta, importa estabelecer outras ferramentas de ação. Usar intensivamente a ficção no rearranjo entre nós e os outros e experimentar formas de existirmos juntos é, também, uma forma de reescrever a gramática do museu, questionando os seus processos de seleção e exclusão. 
A coleção permanente do artista José de Guimarães (n. 1939) é o ponto de partida desta experiência que envolve outros artistas e outras criações. Reunindo arte antiga africana, pré-colombiana e chinesa, assim como o seu próprio trabalho, a coleção tem um poderoso efeito de espelho que, sob o véu de falar dos outros, devolve o nosso rosto e contradições do processo histórico. Observar a obra de José de Guimarães, artista que tanto ficcionou, é um eixo deste programa.
Estas ideias serão exploradas ao longo dos próximos três anos, através das temporadas de exposições, programas públicos, educação, performances, música e coleções. Um programa em construção, aberto e plural, e que aponta linhas de pesquisa suficientemente flexíveis para acolher outras propostas. Por isso, a imagem que gostaríamos de convocar é a de um coro de vozes. Não necessariamente afinado por uma métrica perfeita, mas polifónico. Convidando e encorajando diferentes modos de escuta.
(Marta Mestre, Curadora geral do CIAJG)

www.ciajg.pt
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
Download App iOS
Viral Agenda App
Download App Android