Com o conjunto de performances Diorama, Fiksdal encena visões específicas de paisagens naturais e urbanas em cidades e contextos diferentes. “Diorama” refere-se habitualmente a um modelo tridimensional de paisagem, como a que se encontra nos museus de história natural, mas também remete para o teatro criado por Louis Daguerre, em 1822, em que o público observava grandes pinturas de paisagens em transformação por ação de uma luz habilmente manipulada, efeitos sonoros e interpretações ao vivo. Em Diorama for Porto, Fiksdal usa a coreografia como uma lente com a qual ela altera ou intervém sobre uma visão específica e o seu contexto. As performances refletem sobre a passagem do tempo, a lenta transformação da paisagem e a cenografia enquanto prática ecológica de corpos humanos e não-humanos. A música é composta pela norueguesa Jenny Hval e pelo artista noise Lasse Marhaug, passando de um eco grave e contínuo a um ruído industrial interrompido a vozes sussurradas indistintamente perdendo-se na paisagem.
INGRI MIDGARD FIKSDAL é uma coreógrafa radicada em Oslo, na Noruega. Em 2019, concluiu um doutoramento em pesquisa artística na Academia Nacional das Artes de Oslo com o projeto Affective Choreographies, que resultou em seis espetáculos e três livros. Nos últimos anos, o trabalho de Ingri fê-la enveredar por discursos sobre perspetiva e privilégio. Encontra-se atualmente a trabalhar num conjunto de projetos que abordam a intersecção entre pós-antropocentrismo e descolonização sob um prisma feminista. Ingri tem como preocupação o modo como teoria e prática se emaranham no seu trabalho de forma a que nenhuma seja vista como precedendo a outra.
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