de Marius von Mayenburg encenação Rodrigo Francisco Mártir surgiu em 2012, em reação ao debate sobre o fundamentalismo islâmico que então dividia a sociedade alemã. “Achava completamente hipócrita a forma como as pessoas na Europa Ocidental apresentavam com orgulho a nossa sociedade como estando assente em ‘valores cristãos’”, lembra Marius von Mayenburg. Quis então dramatizar – isto é, confrontar, complexificar – as causas do radicalismo político e religioso. O “mártir” do título dá pelo nome de Benjamim e é um fundamentalista cristão, alguém que interpreta os ditames bíblicos com absurda literalidade. Começa por fazer greve às aulas de natação, em protesto contra a falta de “pudor” dos biquínis usados pelas suas colegas. Opõe-se aos ensinamentos da professora de Biologia, que procura explicar à turma a teoria da evolução de Darwin. “O fundamentalismo religioso oferece soluções simples para problemas complexos”, sublinha o dramaturgo alemão. Rodrigo Francisco, o diretor artístico da Companhia de Teatro de Almada, encenou com rigor e subtileza esta matéria convulsa, e montou o “espetáculo como um caleidoscópio social avariado pela intolerância e sectarismo”. Palavras que resgatámos da revista Time Out, que elegeu Mártir como um dos melhores espetáculos de teatro de 2018. tradução Manuela Nunes cenografia José Manuel Castanheira figurinos Ana Paula Rocha desenho de luz Guilherme Frazão interpretação Ana Cris, André Albuquerque, Inês de Castro, Ivo Marçal, João Cabral, Pedro Walter, Tânia Guerreiro, Vicente Wallenstein produção Companhia de Teatro de Almada estreia 23Nov2018 Teatro Municipal Joaquim Benite (Almada) dur. aprox. 1:40 M/12 anos ** preço dos bilhetes 10,00 €