Mutante é a festa que acontece desde 2011 mensalmente no Lounge em Lisboa. Organizado por Señor Pelota, um DJ experiente que coleciona, seleciona e compartilha discos há mais de duas décadas. Para esta sessão o nosso convidado é NUNO DIOGO. Autodidacta que vem de Sintra, é "local" das praias da zona, entre a Ericeira à Praia das Maçãs, ele domina e faz acontecer. Fundou a Visgo Records e as suas festas já dão que falar. Mas também o podemos encontrar na pista das noites que interessam na capital, é dj que sabe dançar. Mais uma estreia a não perder na a cabine do Lounge. Aqui na primeira pessoa : "Tudo começa de pequenino. Os pais sempre ouviram música em casa, o Pai mais alto, a Mãe com mais Soul. Os discos existiam em casa, primeiramente para os estragar. Ouvia ralhar, claro, e as asneiras eram tantas, que nem de mãos atadas. Só mais tarde, os discos foram tratados como tal. O gravador de fita também estava presente, mas esse nunca foi bem tratado e aí as palmadas na mão, bem merecidas. A determinada altura, começa a surgir a curiosidade, primeiro a de desmontar, e aí cabia ao Pai juntar as peças, e mais tarde, a fase dos porquês, os fios, os cabos e como funcionam. Esta fase, levou a que, rapidamente, ganhasse o título de menino dos porquês! Já na pré adolescência, o encantamento girava em torno dos sistemas de som. Sempre que ía a casa dos amigos adorava olhar para os botões e para as válvulas e fascinar-me com as colunas! Ía, sempre, espreitar os discos, e mais tarde os CD’s. Nas festas de aniversário, era uma ânsia pela música, ouvir novos temas, fazer Foward aos Singles e descobrir sempre uma ou outra música que gostava mais. Surgem as primeiras saídas à noite e o contacto com as discotecas e bares, sempre com a minha atenção presa ao Dj, a tentar aprender e ouvir ao mesmo tempo. A vontade não deixava margem para dúvidas, um dia seria eu ali. Estávamos na era do Digital, horas e horas em busca de novos artistas e temas que soassem diferente, que cheirassem a novo. Só a radio não bastava. Posteriormente, a compra de uma mesa de mistura. Não havia Cdj´s, era o Deck de cassetes, o gira discos e Line Out do PC a funcionar. A mistura era, o clássico, fade in fade out! O facto de ter a mesa em casa, ajudou na desculpa de poder mostrar a música que tinha, aos amigos e, com o empréstimo de uns Cdj´s, tudo mudou. O primeiro contacto com o público acontece a convite de um amigo, na Ericeira. Só depois surge a primeira festa. O caminho começa a trilhar-se localmente, pelas bandas de Sintra, entre pequenos bares e algumas festas. A capital, Lisboa, vem algum tempo depois e é em Santos que começo a dar os primeiros passos. Aprendi as bases e tentei absorver tudo o que os bons partilhavam, até ao dia em que surge a oportunidade de passar a minha música. Foi a minha primeira residência. Seguiram-se mais alguns convites depois desse. A necessidade de querer aprender mais e solidificar os meus conhecimentos em torno da música, levam-me, de novo, à escola e ao curso de som que me proporcionou travar novas amizades e me trouxe uma renovada bagagem e transversalidade musical. Hoje em dia, os concertos, festivais, festas e a noite são uma constante na minha vida, grande parte das vezes como forma de aprendizagem. A música ensinou-me a gostar de ir à escola”. https://soundcloud.com/nuno_diogo https://www.mixcloud.com/nunodiogosilva/