Considera o crítico francês Jean-Jacques Brochier que os filmes de Luis Buñuel (Espanha, 1900 – México, 1983) “manifestam uma unidade na diversidade notável”. Dadas as contingências de um percurso de vida acidentado – destacando-se o exílio mexicano, nacionalidade que viria a adotar – este natural de Aragão, que estudou nos Jesuítas e acabou por se tornar num dos artistas malditos para a igreja católica, conheceu os mais diversos sistemas de produção. A sua obra, muitas vezes controversa e polémica, compreende o filme surrealista, o melodrama mexicano e “a odisseia histórica ou burguesa”. Díspar nos conteúdos, é certo, mas sempre fiel aos princípios de realização, à dedicação humanista e à “denúncia das alienações” que continuaram a ser as mesmas dos anos de 1930 até ao fim da vida.
Depois de “gigantes” como Satyajit Ray, Bergman ou Rossellini, o Nimas acolhe um grande ciclo que dá particular enfoque ao “período mexicano” (com obras-primas absolutas como Los Olvidados e Ensayo de un Crímen), sem esquecer os incontornáveis Un Chien Andalou (codirigido com Salvador Dalí) ou o celebríssimo Belle de Jour.
Ao todo, são 25 filmes, acompanhados de uma programação paralela que contará com sessões comentadas por Jean-Claude Carrière e Alain Bergala, ou a leitura da peça surrealista Hamlet, Tragédia Cómica, escrita por Luis Buñuel em Paris no final dos anos 20, aqui na versão portuguesa de Mário Cesariny. FB
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