AGROFLORESTA DE SUCESSÃO Inspirado no trabalho desenvolvido por Ernst Gotsch, suíço residente no Brasil desde 1984, a agrofloresta de sucessão consiste em um olhar e uma perspectiva diversa acerca dos processos naturais, e se vale de um conjunto de técnicas que visam a criar agroecossistemas cuja forma e dinâmica se inspiram nos ecossistemas naturais e originais de cada ambiente em que se trabalha. Por meio da otimização dos processos de vida que criam e mantêm a fertilidade do solo, a agrofloresta de sucessão alia uma ótima produtividade agrícola a uma baixa dependência de insumos externos. Com essa maior eficiência nos ciclos e processos naturais, o solo permanece constantemente coberto com o material produzido no próprio local; já as podas e demais intervenções – que garantem essa biomassa de cobertura – mantêm o desenvolvimento das plantas com grande vigor. Assim, todo o ecossistema local opera no seu potencial máximo. Consequentemente, essa prática permite a obtenção de excelentes colheitas, ao mesmo tempo em que recupera o solo e auxilia na regeneração ou enriquecimento do ecossistema local. A compreensão da função ecofisiológica de cada espécie e o plantio e manejo conduzidos pela sucessão natural e pela estratificação permitem plantações mais complexas e biodiversas e com grande densidade – verdadeiros macro-organismos resilientes, que proporcionam mais qualidade na produção e mais colheitas por área trabalhada. Ao criar esse macro-organismo, composto pelo solo e o ambiente favorável ao pleno desenvolvimento das plantas e do sistema, reduz-se a suscetibilidade das plantas aos seres normalmente considerados "pragas", os quais, por sua vez, passam a ser vistos como seres otimizadores dos processos de vida e indicadores da saúde do ecossistema como um todo. Desse modo, esses agentes atuam somente quando sua função é necessária dentro dos processos que conduzem a um sistema de abundância próprio daquele lugar. CONTEÚDOS DO CURSO: Neste módulo de introdução, por meio de aulas teóricas e demonstrações práticas, serão abordados os princípios base da agrofloresta de sucessão: • Classificação em sistemas de colonização • Acumulação e abundância • Sucessão natural e estratificação • Interações ecológicas • Funções ecofisiológicas etc. SOBRE O FORMADOR FELIPE AMATO Nascido em São Paulo, Felipe se graduou Bacharel e Licenciado em Filosofia na PUC-SP. Iniciou suas pesquisas em técnicas de autonomia no ano de 2003, percorrendo estudos em técnicas de bioconstrução, tratamento e saneamento de águas, produção de alimentos, entre outras. Desde 2008 tem focado sua atuação na otimização de recursos locais e na produção agrícola sem o uso de agroquímicos. Dois anos depois conheceu o criador da agricultura sintrópica, o suíço radicado no Brasil, agricultor e pesquisador Ernst Götsch, tendo desde então participado de diversos cursos e feito estágios junto a ele em sua fazenda no sul do estado da Bahia, na fazenda da Toca, no estado de São Paulo, e na fazenda São Sebastião, no Rio de Janeiro. Assim, utilizando os princípios da agroecologia e da agricultura sintrópica, visa a criação de sistemas produtivos que apresentem uma mínima dependência de insumos externos ao local, como adubos e mesmo irrigação. Entre os anos de 2012 e 2014 foi o instrutor dos cursos e coordenador do setor da agroecologia da Escola da Terra, uma escola livre sediada no município de Pedro de Toledo – SP, que tem como objetivo difundir técnicas ecológicas e sustentáveis. Em 2015 teve o primeiro contato com o clima e os ecossistemas europeus, e desde então se dedica à aplicação dos princípios já utilizados no Brasil, também nos contextos temperado e mediterrâneo. Nos últimos anos tem prestado serviços de assistência técnica a produtores agroecológicos e demais propriedades com ou sem fins comerciais, no Brasil e em Portugal, além de conduzir a produção biodiversa em sua própria quinta, situada no estado de São Paulo, Brasil. INSCRIÇÕES: Preencha o formulario em: https://goo.gl/forms/sFdbCOKqcIZYbeIy2 Quem se inscreve neste curso está a assumir um compromisso de aprendizagem mas também de colaboração para fazer nascer uma agrofloresta que precisa inicialmente de atenção e dedicação. Assim todos os inscritos deverão contribuir com algumas horas para cuidar do que plantaram após o curso. Nº de Inscrições limitadas para a formação. Caso o nº de inscrições ultrapasse o nº de vagas disponíveis será dada prioridade aos residentes do Bairro da Bela Flor seguido de residentes noutros bairros abrangidos pelo programa BIPZIP. Os residentes de Campolide terão prioridade sobre residentes de outras freguesias. Caso não haja um nº mínimo de participantes as formações serão reagendadas de acordo com a disponibilidade dos formadores. As inscrições serão confirmadas até ao final de 4ª feira antes do curso. A participação nas AJUDADAS é livre e todos poderão participar (mediante inscrição gratuita). PREÇO: Residentes em bairro BIPZIP - Gratuitas (apresentar comprovativo de morada, apenas para Bairros de Lisboa) Não residentes no bairro - Mediante donativo* , variável entre 30€ a 80€ consoante disponibilidade financeira. (Pago no inicio do curso) *DONATIVOS Os donativos serão dados no dia e reverterão para a melhoria e continuidade do projeto. Sugere-se um donativo consciente que seja um ponto de encontro justo entre a sua necessidade de subsistência e o valor atribuído à experiência de aprendizagem, contributo e partilha. Para quem este sistema não for adequado pode contactar a organização, para em conjunto encontrarmos um sistema de trocas que seja benéfico para ambos os lados. Nota: Não há MB perto. REFEIÇÕES: Será servido um pequeno lanche a meio da manhã. O almoço é livre e sugere-se a partilha entre os participantes a fim de promover o convívio. Temos pratos, copos e talheres (evitem o descartável). Outras opções: No bairro, há um minimercado, um restaurante e um café que serve pequenas refeições (opções vegetarianas limitadas ou inexistentes) TRAZER • Botas de Campo ou galochas • Luvas • Agasalho e Capa para a chuva • Chapéu / Boné • Boa disposição • Vontade de aprender e pôr em prática • Almoço DURAÇÃO: Cada módulo de formação tem a duração de 2 dias ( sábado e domingo) das 9h às 18h. As ajudadas têm a duração de 1 dia por mês, das 9h às 17h. LOCAL: Sede do projecto: Fica no espaço da antiga Capela da Cooperativa (prédios brancos), a 50 metros do talude. A componente prática decorre no Talude da Bela Flor por trás do prédio vermelho (Rua da Pedreira do Fernandinho) cujo o topo dá acesso à Avenida Engº Duarte Pacheco. https://drive.google.com/open?id=1u8hvDqsvLJeZ3MHTmh5i6cGiDAUORKWw&usp=sharing SOBRE O PROJECTO: Um curso que pretende promover os princípios de agrofloresta, criando o primeiro espaço pedagógico na cidade onde são aplicados na prática estes conceitos. Queremos criar um espaço de aprendizagem e experimentação na cidade, para que os participantes possam não só ter a formação mas também acompanhar o desenvolvimento do trabalho e terem oportunidade de praticar continuamente mesmo após as formações. Após o curso serão realizados encontros semanais de "mãos na terra" que permitam essa continuidade da aprendizagem. https://www.facebook.com/groups/2307086686180763/