Electric Man | Knok Knok | 28 de Dezembro | Sabotage Club | 6€ Electric Man é Tito Pires que, depois de se lançar a solo e trazer ao mundo o álbum de estreia homónimo, nos trouxe o mais recente Electric Domestique. Mais que o nome do novo álbum, Electric Domestique é acima de tudo o nome da materialização de um processo de produção caseiro que aqui se assume com firmeza e que, mais que expor limitações, se revelou como parte marcante da sonoridade de Electric Man. Esta aventura de exploração 'Do It Yourself' em formato "one man band" revela-se através de um universo diverso e criativo construído entre efeitos sonoros, batidas electrónicas, guitarra, sintetizador, theremin e voz, evidenciando a sua identidade musical em ponto de ebulição. Assim o revela "Electric Domestique", primeiro single que deu nome ao álbum, cujo vídeo foi filmado com a sua câmara de criança e nos conduz por entre imagens recentes e antigas que contam a história de Tito, um homem que nasceu e cresceu alimentado a música. https://electricman.bandcamp.com/ ___ É importante referir que para lá dos suportes digitais habituais e obrigatórios nos dias que correm, este novo álbum dos Knok Knok está igualmente disponível em cassete nofacebook da banda. E faz pleno sentido que assim seja: as micro-partículas metálicas que se reordenam na fita analógica perante os impulsos magnéticos eléctricos da cabeça de gravação correspondem certamente à melhor maneira de fixar esta música criada com artefactos da Roland e da Moog, da Korg, da Buchla e da Oberheim, da Yamaha e da Sequential Circuits, nomes mais ou menos exóticos que designam fabricantes de instrumentos electrónicos, mas que bem poderiam encontrar-se em logos estampados nas cabines de naves espaciais, tal o poder evocativo que carregam. Ao longo de 14 temas divididos simetricamente por dois lados de uma cassete que se estende tanto no tempo como um LP (e bem que este som também faria sentido em vinil...), os Knok Knok recuperam para o presente o pulsar metronómico do Krautrock, mas também se alinham com as experiências electrónicas pioneiras que etiquetas como a Finders Keepers têm vindo a relançar. Mas a proeza dos Knok Knok é não se limitarem a evocar o passado, conseguindo uma sintonia com um particular presente que projectos como Ekoplekz ou, por exemplo, Pye Corner Audio e o que certas editoras como a Ghost Box têm vindo a explorar: um particular ponto de intersecção entre o kraut e o techno, as pioneiras experiências do Radiophonic Workshop, a synth scene experimental dos anos 80 que derivou da new age, o synth pop mais aventureiro de projectos como os Yello ou Yellow Magic Orchestra, etc. https://www.youtube.com/watch?v=fE7U1jQgQEA DJ: Pedro Chau