A MATERNIDADE leva ao Lux Frágil a apresentação do novo disco de Filipe Sambado.
FILIPE SAMBADO E OS ACOMPANHANTES DE LUXO é um compêndio de sons organizados na forma de hinos à possibilidade de NÓS sermos outra coisa. De sermos coisas para as quais ainda não temos nomes.
Quando Filipe Sambado canta “só quero correr até já não fazer sentido”, em ALARGAR O PASSO, dá vontade de ir com ele para esse lugar onde tudo pode ser o que quisermos. É esta maturação pessoal e artística que o Filipe nos mostra com este disco. Um disco onde sentimos o processo: de aceitação e de não resignação. É inquieto mas optimista. Dá e tira e não existem respostas, tudo é sugestão, tudo condiciona, porque “o sul PODE ser o norte de alguém...”.
Quando Filipe Sambado nos estende o single de apresentação e “pede”, ironicamente, autorização ao senso comum instituído ─ “deixem-me lá”─ lança simultaneamente o desafio. Deixem-se lá ser curiosas. Atrevidos por vos acharem bonitos. E mostra como se faz, sem pensar muito no assunto.
Filipe Sambado sabe que isto não é só música. E por isso mete corpo na cultura popular: lembra-nos o efeito que causava António Variações ao descer a Rua Garrett poucos anos antes de Filipe nascer. As unhas pintadas do Filipe hoje parecem ser os brincos do António ontem. Se os brincos romperam a norma de como se tinha de Ser, as unhas do Filipe parecem destruir os sentidos atribuídos ao Ser e isto transforma o Filipe em discurso.
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