VEENHO | Shaolin Soccer | 29 de Março | Sabotage Club | 5€ VEENHO "É por ouvir bandas como Veenho que sei que a música feita em Portugal está viva, de pulso bem forte, criativa e sem rodeios, despreocupada em ser comercial ou chegar às massas. O que sinto em Veenho, especialmente por aquilo que já pude comprovar ao vivo, é que o importante é fazer, ter hipótese em tocar ao vivo para logo a seguir produzir novas canções e registá-las rapidamente, pois o tempo não perdoa e daqui a pouco toca a campainha para o último recreio. No segundo EP, com selo da Hatsize em colaboração com a Xita Records, estão canções que gritam a emergência juvenil, mas que não têm necessariamente de ser punk rock. Há aqui electricidade, sim, muita distorção, velocidade e algum lo-fi à mistura, pois nem tudo tem de ser perfeito e soar a uma mega produção. Percebe-se logo pela entrada tensa de Restelo Goths (grandioso título, já agora), com o feedback da guitarra a pontuar o ritmo, com pandeireta e tudo. A música cresce numa perfeita introdução ao disco, à medida que os próprios músicos dizem adeus à adolescência e se embrenham na busca pelo som ideal para ilustrar o que lhes vai na alma. A introdução dá lugar a músicas de rajada (ao todo são sete faixas), aparentemente atiradas para a fita sem rei nem roque, mas com a pertinência de quem tem histórias simples para contar, seja ir à praia e sentir a areia nos pés e os amigos à volta, seja cantar sobre os sonhos que tardam em chegar. E aqui o grande sonho é o rock no seu estado de alma mais puro, como já era evidente no registo anterior, “Veenho”, EP lançado em inícios de 2017. Canções rápidas, curtas e directas. Alguém andou a ouvir em loop o disco ao vivo “It’s Alive” dos Ramones… Não é pelo punk, é pela vontade em viver e experienciar tudo e rapidamente. E esse é o verdadeiro sonho dos Veenho e da sua música. Com o novo EP, a ambição é maior, nem que seja pelo título, com o “E” a ser repetido mais uma vez… “Veeenho”. Os Veenho vieram claramente para ficar e o ano de 2018 promete ser, não de consagração (muito datada esta expressão) mas de presença mais acentuada nos palcos, pois a seguir a este EP, serão mais aqueles a berrar pelas suas canções e a abanar o corpo suado em dança esquizofrénica lá junto ao palco. Sei que eu estarei por lá a fazer de conta que os anos não passam..." Tiago Castro https://veenho.bandcamp.com/ ______ Shaolin Soccer Os Shaolin Soccer são: Gonçalo Formiga (Cave Story), Manuel Simões (Norton), Helena Fagundes (Dirty Coal Train, Vaiapraia & As Rainhas do Baile). Respectivamente bateria, guitarra e baixo. A voz divide-se entre os três. No intervalo dos seus outros projectos, estes monges do futebol shaolin decidiram desafiar-se em novas direcções, em novos instrumentos e novas táticas. Os concertos desdobram-se em rock, noise, pop afetuoso e desajeitado. Para breve está uma primeira edição que os juntará ao catálogo da Hatsize.