Lusco-Fusco surge de um desejo de partilhar uma experiência sobre o vazio e o que ele pode conter. O vazio só contém ar! e o aborrecimento? como é o vazio de estar tudo tão cheio que não encontramos nada? será uma incubadora de acontecimentos? uma descoberta partilhada da matéria e do corpo em que a luz e a transição do tempo nos mostram o que há́ para ver numa relação de escala entre nós – o mundo e os inversos. Lusco-Fusco vê a vontade de ser um bocadinho inventor do seu próprio espanto e para isso desenha um espaço que pouco a pouco se torna numa invasão feita pela matéria que podemos com ela transformar e sermos transformados, mudá-la de lugar, levá-la connosco, arrastá-la e libertá-la. Deixá-la ser invadida por mãos e pés e cabeças que sentem. Os performers organizam o corpo para desaparecer, desobedecer e desaprender com a matéria, operam a luz e o som e habitam um lugar aberto ao sensível e à própria percepção de cada criança.
Para que percorres inutilmente o céu à procura da tua estrela?
Põe-na lá.
(in Vergílio Ferreira, Escrever)
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