11:00 até às 12:00
Paralelos: Concerto mesmo ao pé: Scaramuccia (Espanha, Portugal)

Paralelos: Concerto mesmo ao pé: Scaramuccia (Espanha, Portugal)

Grátis
PARALELOS
CONCERTO MESMO AO PÉ


SÁBADO 2 DEZ. 11H00-12H00�
CENTRO DE DIA
MEDELIM


Destinatários: PÚBLICO EM GERAL
GRATUITO + INSCRIÇÃO OBRIGATÓRIA ver detalhes abaixo


Scaramuccia
PORTUGAL ESPANHA


Javier Lupiáñez, violino e direcção artística
Inés Salinas, violoncelo \violoncello and manager
Patrícia Vintém, cravo \harpsichord
 

Imagina que terias a oportunidade de encher a tua mala com a melhor música do teu tempo, o que levarias e o que deixarias? Lembra-te que não tens espaço para tudo. Tens que eleger! Foi mais ou menos isso que aconteceu a Pisendel, o concertino da orquestra de Dresda e um dos maiores virtuosos da sua era, na sua viagem a Itália em 1717. Durante cerca de um ano, o jovem Pisendel percorreu Itália para se encontrar com os grandes maestros do seu tempo aproveitando para encher a sua bagagem com as melhores composições que aí encontrou. Uma curiosidade: Viu-se obrigado a usar um tipo de papel pequeno para que ocupasse menos espaço e assim pudesse levar para Dresda a maior quantidade de tesouros musicais.
Segundo o grande musicólogo Michael Talbot, a história sobre a viagem de Pisendel por Itália é uma história que merece e ainda tem de ser contada. Uma viagem fascinante que nos deixou um legado de valor incalculável: uma imagem musical sincera, íntima e pessoal da Itália do princípio do século XVIII.

Javier Lupiáñez


Notas ao Programa

Johann Georg Pisendel foi um dos mais conceituados virtuosos do seu tempo, não foi conhecido somente como compositor e violinista excecional, mas o seu talento e personalidade concederam-lhe a amizade e admiração dos maiores compositores desse período. Amigo de Bach, Vivaldi, Telemann, Albinoni, entre outros, Pisendel recebeu pelas mãos destes compositores páginas e páginas de partituras escritas especialmente para ele
Pisendel foi também um colecionador voraz e um copista laborioso. A sua coleção pessoal de partituras está conservada no arquivo conhecido com Schrank II (Armário II), em referência à posição original no arquivo da orquestra de Dresda. Pisendel foi depositando nesta coleção não só as obras que deveriam ter sido tocadas pela orquestra mas também toda aquela música que pessoalmente achava ser valiosa e que tinha recolhido durante as suas viagens.
De entre todas as suas viagens, foi a viagem a Itália a que viria a marcar um antes e um depois não só na vida de Pisendel mas também no destino musical de Dresda, um dos mais prolíferos centros musicais da Europa. Desde então, Dresda mudou o seu gosto intenso pela música francesa (implantado pelo concertino, Jean -Baptiste Volumier) por um gosto italiano definido que viria a influenciar gerações de músicos.
Foi em 1716 quando o Príncipe Eleitor da Saxónia, mais tarde conhecido como Augusto III da Polônia, começou a sua viagem de ritual por Itália levando consigo uma seleção de músicos da sua orquestra, entre eles Pisendel. Pisendel aproveitou a viagem para receber aulas dos grandes maestros italianos e para saciar a sua curiosidade musical. Quando, em Setembro de 1717, voltou para Dresda a sua bagagem estava repleta de partituras, muitas copiadas por ele mesmo num papel especial, mais pequeno para poupar espaço na viagem, outras eram partituras escritas de punho e letra por maestros como Vivaldi ou Albinoni.
Quando olhamos para a bagagem musical que Pisendel trouxe consigo não só vemos uma crônica musical apaixonante mas também o testemunho íntimo e pessoal da sua viagem. Sendo que, e como afirma o musicólogo Michael Talbot, a história da viagem de Pisendel por Itália é uma história que merece e ainda tem de ser contada.
A Sonata RV 25 de Antonio Lucio Vivaldi é não só uma obra que demonstra a originalidade e qualidade de um dos maiores compositores do barroco mas também uma prova valiosa do vínculo especial que se criou entre o maestro veneziano e o jovem Pisendel. Foi o próprio Vivaldi quem copiou e dedicou a sonata a Pisendel, e de seu punho e letra a intitulou: “Suonata à Solo fatto p[er] Ma[estr]: Pisendel Del Vivaldi” ( Sonata a solo feita para o maestro Pisendel por Vivaldi). Mas Vivaldi não completou a sonata e deixou espaço para que Pisendel acrescentasse um andamento da sua própria autoria, assim que, entre as notas escritas por Vivaldi encontramos um andamento lento escrito com uma letra diferente, a de Pisendel.
Foi durante a sua estadia em Veneza que Pisendel se encontrou com outro grande compositor do momento : Tomaso Albinoni, este também ficou apaixonado pelas habilidades do alemão. Fruto desta admiração encontramos na bagagem de Pisendel três sonatas autografadas de Albinoni. A Sonata em Si bemol maior de Albinoni inclui uma dedicatória especial a Pisendel: “Sonata a Violino solo di me Tomaso Albinoni Composta p il Sig: Pisendel”. Os especiais requisitos técnicos e musicais desta sonata mostram claramente que foi escrita especialmente para o virtuoso Pisendel.
A Sonata em mi menor de Antonio Montanari foi copiada provavelmente em Roma quando Pisendel procurava conselhos deste grande violinista e maestro do próprio Vivaldi. Antonio Montanari foi definido como “virtuossisimo sonator di violino” pelo famoso Pier Leone Ghezzi e outro dos grandes compositores da época, Giuseppe Valentini, elogiou o seu “merito impareggiale” confessando ser “Suo diuoto Seruo ammiratore della Sua Virtu” na dedicatória da sua Sonata em lá maior.�Francesco Maria Veracini encontrou-se com Pisendel provavelmente em Veneza quando tentava convencer o Eleitor Saxão a ser contratado para orquestra de Dresda. A verdade é ninguém da orquestra queria Veracini e não havia lugar para ele. O certo é que Veracini conseguiu convencer o Eleitor da Saxónia e foi contratado. A personalidade difícil de Veracini e os seus problemas com os membros da orquestra de Dresda acabaram com Veracini a saltar desde um segundo andar em Dresda, deixando-o aleijado para o resto da sua vida. Veracini acusou os elementos da orquestra e os músicos de Dresda culparam a instabilidade de Veracini.
Autenticada em 2005 como uma peça de Pisendel, a Sonata em mi maior foi escrita durante a sua viagem por Itália e é o exponente perfeito da personalidade incipiente e do estilo de composição virtuoso de Pisendel. Trata-se de uma peça muito raramente interpretada, por uma parte pela recente atribuição de paternidade a Pisendel, e por outra parte pela dificuldade que acarreta ler o manuscrito que contém uma grande quantidade de anotações e correções. Porém estas correções acrescentam interesse à peça uma vez que estudos recentes indicam que estas terão sido feitas por Antonio Montanari, fazendo da composição um perfeito expoente musical das experiências de Pisendel em Itália.

Javier Lupiáñez


BIOS PT
O ensemble Scaramuccia nasce em 2013 por iniciativa do violinista Javier Lupiáñez com a ambição de redescobrir o repertório barroco menos conhecido.
O espírito de Scaramuccia deseja dar vida a todo esse repertório que se ouvia não só nos lugares mais requintados, mas também em tavernas e nas ruas do período barroco. Na preparação de cada programa e concerto é feita uma pesquisa e estudo aprofundado afim de redescobrir aquelas relíquias musicais escondidas e perdidas entre a vasta literatura musical do barroco maioritariamente interpretada. Scaramuccia iniciou o seu trajeto no Fringe do Festival de Utrecht em 2013 e no Fringe do Festival de Bruges em 2013 e desde então tem vindo a desenvolver uma intensa carreira nos Países Baixos, Bélgica, Reino Unido, Itália e Portugal. Entre as várias apresentações em concerto de Scaramuccia é de salientar a participação no Festival de Artes de Maldon (Reino Unido), no Museu da Música “Vleeshuis” (BE), na temporada de concertos Kasteelconcerten (NL) e Festival Echi Lontani (IT). O interesse em descobrir novo repertório barroco proporcionou a Scaramuccia tocar estreias mundiais de duas obras de Vivaldi numa emissão em direto no programa de rádio De Musyck Kamer, transmitido pela rádio holandesa Concertzender em 2014.
Em Novembro de 2015 Scaramuccia gravou o seu primeiro CD com a discográfica Ayros, dedicando-o à nova música de Vivaldi e obras recentemente descobertas para violino e baixo continuo. Este novo álbum será lançado na Primavera de 2016.
Em 2016 Scaramuccia foi unanimemente elegido pelo público como o melhor ensemble do concurso internacional Göttinger Reihe Historischer Musik 2015/2016 (Alemanha).

Javier Lupiáñez, violino e diretor artístico

Francisco Javier Lupiáñez Ruiz inicia os seus estudos musicais na sua cidade natal, Melilla (Espanha), onde recebe diversos prémios de interpretação e composição. Depois de muito estudar consegue uma grande coleção de diplomas e graduações: violino moderno no Conservatório Superior de Salamanca com Patrício Gutiérrez; Mestrado em Musicologia pela Universidade de Salamanca; graduado como professor de educação musical pela Universidade de Granada e Licenciatura e Mestrado em violino barroco com Enrico Gatti no Conservatório Real de Haia. Terminou o seu Mestrado com “distinção” com Enrico Gatti no Conservatório Real de Haia por ter descoberto novas obras de Vivaldi. O resultado da sua pesquisa foi incluído no RISM.
Apresenta-se regularmente como solista/líder em diferentes grupos e orquestras como Orquestra Barroca de Salamanca, Academia Barroca Europeia de Ambronay, Academia Montis Regalis, entre outras. Orgulha-se de ter partilhado o palco com artistas como Frans Brüggen, Sigiswald Kuijken, Amandine Beyer, Olivia Centurioni, Enrico Onofri, Enrico Gatti, Peter Van Heyghen, Inés Salinas e tantas outras pessoas maravilhosas. Também toca como músico noutros ensembles tais como New Dutch Academy, Arcade Ensemble, Concerto Barocco, Orquestra Barroca Conde Duque, Concert Royal Koln e Collegium Musicum Den Haag.
É membro fundador do ensemble Les Esprits Animaux, sendo a sua programação e conceito de concerto apreciada por críticos e público. Toca regularmente em Espanha, Portugal, França, Itália, Germany, Japan, Estados Unidos, Reino Unido e Países Baixos e gravou para Harmonia Mundi, Ayros, France Musique, Musiq3, Concertzender e Radio Klara.
Javier toca num instrumento construído por Verbeek em 1682, pertencente e cedido pela Fundação Holandesa de Instrumentos Musicais.

Inés Salinas, Violoncelo

Nascida em 1985 em Zaragoza, Espanha, Inés está especializada na interpretação histórica do violoncelo e da viola da gamba.
Atualmente a residir em Haia, Países Baixos, é fundadora dos grupos Scaramuccia, Duo Graziani e La Máquina del Tiempo, com os quais desenvolve uma intensa carreira. Paralelamente, é artista independente devotando parte do seu tempo a ensinar o violoncelo, atividade que disfruta profundamente. Possui a licenciatura e mestrado concluídos no Conservatório Real de Haia, onde estudou sob a orientação de Jaap ter Linden e Lucia Swarts (violoncelo histórico) e Mieneke van der Velden (viola da gamba). Durante os seus estudos neste conservatório, Inés teve também a oportunidade de trabalhar com Gaetano Nasillo, Hidemi Suzuki, Wieland Kuijken, Christophe Coin, Bruno Cocset, Itziar Atutxa, Rainer Zipperling, Balázs Maté, Enrico Gatti, Olivia Centurioni e Enrico Onofri. Também concluiu a Licenciatura em violoncelo clássico no Conservatório Superior de Música de Aragón em Zaragoza (Espanha) tendo estudado com Ángel Luis Quintana, Cuarteto Casals, Cuarteto Quiroga entre outros.
Inés é uma apreciadora devota da música Italiana da metade do barroco em especial da música Napoletana. Tendo dedicado a sua tese de mestrado ao repertório Napoletano para violoncelo do principio do século XVIII, um tópico que continua a explorar, exumando um catálogo extraordinário que não é vastamente conhecido ou apreciado.
Tocou com diversas orquestras como por exemplo: Britten-Pears Baroque Orchestra (UK) sob direção de Christophe Rousset; Orquestra Barroca Conde Duque (ES) com a direção de Ángel Sampedro; I Giovani della Montis Regalis 2013 (IT) com a direção de Olivia Centurioni, Alessandro de Marchi e Enrico Onofri.

Patrícia Vintém, cravo

Patrícia Vintém, cravista portuguesa, descobriu o gosto pela música aos 7 anos, iniciando os seus estudos no violino e mais tarde no cravo. A paixão e ambição de aprofundar os seus conhecimentos no âmbito da Música Antiga fê-la iniciar um percurso musical que a levou a concluiu em 2009, na Escola Superior de Música de Lisboa, a Licenciatura em Cravo sob a orientação da Professora Ana Mafalda Castro; em 2013, no Conservatório Real de Haia (Países Baixos), a Licenciatura e em 2015 o Mestrado em Música Antiga (Cravo) sob a orientação de Jacques Ogg e Fabio Bonizzoni. Como fundadora dos ensembles Les Esprits Animaux e DuoVintém&Lupiáñez e membro do ensemble Scaramuccia, tem vindo a desenvolver uma intensa carreira profissional em diversos festivais e salas de concerto por toda a Europa e Japão. Já conta com dois CD’s na sua discografía enquanto músico dos ensembles referidos, sendo que um terceiro será lançado em 2016. Teve ainda oportunidade de gravar para rádios internacionais tais como: com France Musique (FR), Radio Klara, Musiq3 (B) e Concertzender Nederlands (NL).
 
 
IMPRENSA

“Etwas Besseres kann einem Konzertpublikum nicht passieren”
[Nada melhor pode acontecer a um público]
Jens Wortmann, Kulturbüro Göttingen
l’interprétation remarquable de l’ensemble Scarumuccia et le magnifique son du soliste Javier Lupianez
[A notável performance do ensemble Scaramuccia e o som magnífico do solista Javier Lupiañez]
W.L. (Péché Classique)
“Le programme des «nuove Sonate» pour violon interprétées brillamment par Javier Lupiáñez accompagné par l’ensemble Scaramuccia”
[«O programa de "Nuove Sonate" para violino interpretado de forma brilhante por Javier Lupiañez acompanhados pelo ensemble Scaramuccia»]
Studi Vivaldiani, 2016
¨La excelente demostración violinística de Lupiáñez y el no menos excelente acompañamiento que le dispensan sus compañeros¨
[«A excelente interpretação de violino de Lupiañez e o acompanhamento não menos excelente que os seus colegas proporcionaram»]
E. Torrico, Scherzo, 2016

O Público
«... o seu concerto em St Mary's, Maldon, Essex, foi maravilhoso – alegre, diferente e interpretado com grande charme e entusiasmo.»
M.R. (Maldon)
«Tão vívido, tão enérgico, sem restrições, apenas alegria»
E. (Utreque)
«Que alegria, que prazer, todos deixam os instrumentos dançar»
R. (Haia)
 
INFO E INSCRIÇÕES�INFO AND BOOKING
Arte das Musas�mail@artedasmusas.com
www.artedasmusas.com
Tel. 917936202
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