FLUL - Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
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A Revolução de Outubro de 1917 constituiu uma profunda transformação social, politica e cultural de alcance mundial que abriu caminho a novas vertentes artísticas. O acesso dos povos do antigo império Russo à literacia, a saber e à cultura em geral criou as condições para que as massas pudessem ter um mais pleno exercício e usufruto das artes. Este colóquio e exposições relacionadas, organizado pelos Centros de História, de Línguas e Culturas Eslavas, de Estudos de Teatro e da Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa procura dar conta destas duas vertentes: uma mais política e social, outra mais cultural e artística. Pretende-se promover uma reflexão acerca da participação de artistas e intelectuais na Revolução e do surto de saberes e de novas modalidades de expressão artística que se traduziu na produção de obras inovadoras que transformaram para sempre, em todo o mundo, as artes (nos campos, nomeadamente, da poesia, teatro, artes plásticas e aplicadas, cinema, arquitetura e música). Almeja-se, por outro lado, dar conta do impacto desse acontecimento histórico em Portugal. Um impacto que foi em grande medida diferido e difícil, devido ao próprio contexto social e artístico nacional, mas que não deixou de marcar e influenciar o movimento operário e político, assim como as artes e a cultura. Independentemente da diversidade dos juízos analíticos e críticos sobre a Revolução de Outubro e o processo político, social e artístico que lhe sucedeu nas décadas seguintes na União Soviética, é o seu carácter inaugurador de ato de afirmação, revelação e promessa, tanto em relação ao presente como ao futuro, que se evoca e sobre o qual urge refletir.
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