CODEX D. JOÃO V para além do ouro do Brasil 27 de SETEMBRO 2017 - SESSÕES CODEX são tertúlias culturais e artísticas dedicadas à vida e ao legado de figuras marcantes da História de Portugal. Em cada sessão, em ambiente tertuliano, os convidados CODEX irão manifestar novos olhares em formato aberto sobre a figura escolhida, permitindo a cada pessoa uma interpretação livre da personagem. Entrada Livre! Local: COMUNA TEATRO DE PESQUISA (Café Teatro) - Praça de Espanha Hora: 21h30 ____________________________________________________ D. João V Filho de D. Pedro II e de Maria Sofia de Neubourg, foi aclamado rei em 1707. Quando iniciou o reinado, estava-se em plena Guerra da Sucessão de Espanha, que para Portugal significava o perigo da ligação daquele país à grande potência continental que era a França. No entanto, a subida ao trono austríaco do imperador Carlos III, pretendente ao trono espanhol, facilitou a paz que foi assinada em Utreque, em 1714. Portugal viu reconhecida a sua soberania sobre as terras amazónicas e, no ano seguinte, a paz com a Espanha garantia‑nos a restituição da colónia do Sacramento. Aprendeu D. João V com esta guerra a não dar um apreço muito grande às questões europeias e à sinceridade dos acordos; daí em diante permaneceu inalteravelmente fiel aos seus interesses atlânticos, comerciais e políticos, reafirmando nesse sentido a aliança com a Inglaterra. Em relação ao Brasil, que foi sem dúvida a sua principal preocupação, tratou D. João V de canalizar para lá um considerável número de emigrantes, ampliou os quadros administrativos, militares e técnicos, reformou os impostos e ampliou a cultura do açúcar. Apesar disso, Portugal entra numa fase de dificuldades económicas, devidas ao contrabando do ouro do Brasil e às dificuldades do império do Oriente. A este estado de coisas procura o rei responder com o fomento industrial, mas outros problemas surgem, agora de carácter social: insubordinação de nobres, quebras de disciplina conventual, conflitos de trabalho, intensificação do ódio ao judeu. Por outro lado, o facto da máquina administrativa e política do absolutismo não estar de maneira nenhuma preparada para a complexidade crescente da vida da nação, só veio agravar as dificuldades citadas. Culturalmente, o reinado de D. João V tem aspectos de muito interesse. O barroco manifesta-se na arquitectura, mobiliário, talha, azulejo e ourivesaria, com grande riqueza. No campo filosófico surge Luís António Verney com o Verdadeiro Método de Estudar e, no campo literário, António José da Silva. É fundada a Real Academia Portuguesa de História e a ópera italiana é introduzida em Portugal. D. João V, nasceu em Lisboa, a 22 de Outubro de 1689, recebendo o nome de João Francisco António José Bento Bernardo, e faleceu em Lisboa, a 31 de Julho de 1750, tendo sido sepultado no Mosteiro de S. Vicente de Fora. Casou em 9 de Junho de 1708 com D. Maria Ana de Áustria (nasceu. em Linz, a 7 de Setembro de 1683; morreu no Palácio de Belém, a 14 de Agosto de 1754; sendo sepultada no Mosteiro de S. João Nepomuceno, dos Carmelitas Descalços Alemães, de onde o seu coração foi levado para a Alemanha, filha do imperador Leopoldo I e de sua terceira mulher Leonor Madalena. Fontes: Joel Serrão (dir.) Pequeno Dicionário de História de Portugal, Lisboa, Iniciativas Editoriais, 1976 Joaquim Veríssimo Serrão, História de Portugal, Volume I: Estado, Pátria e Nação (1080-1415), 2.ª ed., Lisboa, Verbo, 1978. ____________________________________________________ PARTICIPAÇÃO DE: MÁRIO SOARES; JORGE MATOS; ANA MARQUES PEREIRA ; PATRICIA MULLER; LUIS RESINA , NAZARÉ ABREU.