Se a música tem ciência? Tem, pois. E a música dele não tem senão outra coisa. Na Anatomia de Max Cooper, é importante referir as linhas que o introduzem são também as que lhe definem, genuinamente, a complexidade artística e a beleza que nos parece ficar colada à pele. Nerd alert feito, tentemos não nos apaixonar já. Geneticista da University College London, doutorado em biologia computacional aplicada, Max Cooper veio lentamente criar o seu espaço musical e artístico decompondo a natureza humana, fragmentando-a e à sua profundidade em expoentes techno minimais, composições melódicas e visuais simbióticas na sua essência e que conduzem uma experiência multi-sensorial cautelosa, de quem domina o que nos vai cá dentro, pedaço a pedaço, com efeitos palpáveis a que nos rendemos irremediavelmente. As camadas em evolução estão todas ali, em marcha audível desde Human (álbum de 2014) até ao mais recente Emergence, de onde parece emergir - depois do Homem - uma breve história do Universo: cada faixa baseia-se em conceitos fundamentais matemáticos ou científicos, simetrias, representações fractais, gravidade, ondas, propriedades que arruma ambientalmente de forma magistral, como em “Order from Caos” ou “Unbounded”. Sempre adjuvado por manifestos de visual art surpreendentes, Cooper trabalha em continuo com investigadores, cientistas, matemáticos e visual artists para determinar a expressão do seu estudo e projecto, em linhas visuais e sound design de contornos narrativos ou até meditativos, que chegam, por isso, a transcender qualquer dance floor. Fechem os olhos e deixem-se ir. Entre o electrónico e o orgânico, entre o melodioso que possa evocar Jon Hopkins ou Nils Frahm aos motes epopeicos a que chega no seu Essencial Mix para a BBC Radio 1, Max Cooper conquista-nos dos pés à cabeça. Está cientificamente provado, na pista. - Ana Sofia Castanho \\ ENGLISH // Does music have any science to it? Yes it does. And Max Cooper’s is pretty science-inspired, to say the least. In “Cooper’s Anatomy” it is important to stress that in his personal ‘introduction section’ is where we come across what genuinely defines his complexity as an artist and the beauty of his work. That “nerd alert" being made, let’s unfold him a bit. Being a geneticist from the University College London with a Phd in computational biology, Cooper has been slowly building up his musical trace and artistic relevance while exploring the boundaries of science and human nature, interpreting both data and human biological essence through chemistry, loads of maths, scientific principles then transposed to minimal techno beats, melodic and visual compositions. Actually, music and visuals come to be so symbiotic that it’s fair to say he guides us through a seemingness multi-sensorial experience, track by track, creating nuanced and intricate soundscapes impossible not to surrender to. The complex layers are all there in audible march since Human came out (in 2014) and until his most recent album Emergence, where he presents us with a brief story of the Universe itself: each track is based on fundamental mathematical or scientific concepts, symmetries, fractal representations, gravity, waves and properties that are interpreted and arranged magisterially, as in "Order from Chaos" or "Unbounded." Always giving his take on surprising visual art manifestoes and experiments, Cooper creates an artistic narrative or even meditative outlines that come to transcend the typical realm of dance music. So close your eyes and let yourself go. Between electronic and organic spectrums, between the melodious atmospheres that can evoke Jon Hopkins or Nils Frahm to the epic motes that he pushes in his Essential Mix for BBC Radio 1, Max Cooper conquers us from head to toe: it’s scientifically proven on the dance floor! - Ana Sofia Castanho