MUHNAC - Museu Nacional de História Natural e da Ciência
Rua da Escola Politécnica, 54-60 - Lisboa Ver website
“Poríferos Preciosos” - cerâmicas de Thomas Mendonça 11 - 23 de Julho Museu Nacional de História Natural e da Ciência (Sala da Baleia) Rua da Escola da Politécnica 56-58, Lisboa “Poríferos Preciosos” é um conjunto de esculturas - em constante desenvolvimento - representativas dos poríferos recolhidos entre o oceano de amoníaco em Tritão, os vários mares subterrâneos de Ganímedes, Encélado, Titã e Mimas, um possível rio de nitrogénio em Plutão, e os lagos sólidos de Ceres, Calisto e Europa. Elas são a tentativa concretizada de dar corpo à mistura entre os poríferos que por aqui conhecemos e aquilo que eu imagino quando penso num mar gasoso na outra ponta do sistema solar. Fazem a ligação entre as influências formais que colho nos campos de corais e o luxo que é poder fantasiar - sem medo - acerca do (quase) desconhecido. Por falar em luxo, estes poríferos não são feitos de pedras preciosas e nada do que neles reluz é ouro, a sua preciosidade reside-lhe nas entranhas. Como nos meninos mais gentis, onde o interior conta acima de tudo, são os seus corações que melhor deverão ser preservados. Todos estes animais que parecem calhaus – nem sempre providos de olhos - carregam em si os meus sentimentos mais profundos, ainda que por vezes relativamente superficiais, dependendo da melodia de cada dia. As palavras inscritas nos seus interiores surgem com o intuito de potenciar um fascínio de outra natureza para além do possível fascínio estético. Condicionando a sua visibilidade, estas podem muito facilmente passar despercebidas. Tudo isto ganha um sentido ainda mais profundo quando se trata de uma escultura cujo o interior é totalmente inacessível ao olhar e onde estas inscrições acabam por estar presentes sem propriamente existirem, uma vez que nunca se deixam revelar. Creio profundamente na relação intimista que este jogo especulativo - acerca daquilo que poderá ou não conter uma determinada escultura - estabelece entre o espectador e a escultura em questão. Alimento essa relação pois agrada-me a ideia que terceiros possam descarregar os seus próprios sentimentos e/ou inscrever mentalmente as suas próprias palavras no interior de cada uma delas. O meu interesse particular em apresentar estes poríferos na Sala da Baleia deve-se à vontade de fundi-los (e talvez confundi-los) com os restantes especímenes, tornando-os parte da exposição, criando assim uma ponta entre o a história natural e a arte contemporânea. Thomas Mendonça (n. 1991, França), artista plástico licenciado pela ESAD.Cr, trabalha e reside em Lisboa onde expõe regularmente. Os seus focos de interesse distribuem-se entre melodramas sentimentais, a cultura pós-pop e a beleza da singularidade icónica no geral. A sua produção manifesta-se através de variadas tecnologias, embora com maior ênfase no desenho e na cerâmica. --- Com o apoio de Fiuza Bright ---
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