“O rito atualiza o mito, o ato de reviver o começo do homem e do deus que o homem traz em si - isto é, o homem inacabado e sem limites, habitado pelo todo, é que é seu próprio futuro”. (Garaudy) Ritual é um conjunto de gestos, palavras e formalidades, geralmente imbuídos de valor simbólico, usualmente codificada por uma religião ou pelas tradições da comunidade. No entanto, os espaços ritualísticos não são apenas os ligados à religião ou misticismo. São característicos de quase todas as sociedades humanas conhecidas, passadas ou atuais. Reinventam-se e são reinventados constantemente. Várias ações comuns do dia a dia, como aperto de mão ou cumprimentos podem ser entendidas como pequenos rituais. Os rituais dão sentido a práticas sociais como música, dança, festas, produções estéticas, roupas, comidas, por exemplo, fazem parte de um universo social, cultural e político. Servem para nos conectarmos com o sagrado, com o que realmente importa e com o verdadeiro sentido das coisas. Em Biodanza o ritual revela a vida e o sentido maior do viver. Possui o significado de vinculação e evolução, uma conexão profunda com a vida. Busca sacralizar o viver quotidiano. Cada exercício de Biodanza é um ritual de vida. Nesse sentido, a Biodanza é considerada uma grande Cerimónia da Vida em que, através das danças, aprende-se a sentir-se vivo, pleno de amor e conectado com a sacralidade da vida. Viver o prazer é entregar-se ao originário de nossas vidas: o sentir-se vivo! Este é mais original que a satisfação de necessidades e de prazeres que, ilusoriamente, crê-se que estão nas coisas externas e situaçōes. O prazer não vem de fora, brota de dentro e expande-se em ressonância com o mundo. Emerge do sentir-se vivo, o gozo primordial da vida fazendo-se singularidade. São incontáveis os potenciais latentes, os talentos ocultos e as capacidades não desenvolvidas para a vivência do prazer - sentimento que nasce da realização dos nossos potenciais. O potencial humano é a nossa maior fonte natural não desvendada. O aumento do tempo de lazer acentua a importância do potencial não aproveitado. Segundo William C. Schutz, os potenciais não expressados roubam-nos o prazer e a alegria de viver, impede-nos de “atingir a estrela inatingível”. O prazer nasce com o ser humano e, ao se manifestar, cria espaços e instantes plenos de alegria e potência de vida. Dançar “Rituais do Prazer” é aprender a expressar potencialidades latentes para a expansão da auto-realização. Cezar Wagner é um dos primeiros facilitadores e didatas do mundo. Professor Doutor em Psicologia pela Universidade de Barcelona, Professor de Psicologia da Universidade Federal do Ceará, Brasil, Presidente da Universidade Biocêntrica, Didata de Biodanza pela Associação Latina Americana de Biodanza e IBF, autor de vários livros de psicologia, Biodanza e Educação Biocêntrica.