Apresentação do segundo romance de Luis Barriga. Mais Sol Que Sombra No país floresceu o desejo de realizar obra em prol dos outros, com isso germinou uma sociedade mais fraterna. Uma genuína vontade de ser solidário apossou-se desta gente, varrendo o país, como se fosse uma lufada de ar fresco, retirando o cheiro salazarento do passado. Testemunhei, a cada dia, a espantosa transformação destas gentes, os esforços titânicos para recuperar o tempo perdido, culturalmente e socialmente falando. Foi emocionante perceber as mutações sociais e políticas que foram metamorfoseando os jovens desta terra, transformando-os em homens e mulheres mais solidários e mais cultos. Todos eles arrancados do marasmo, pelas mãos de líderes respeitados, pela atitude de entrega às causas da liberdade e da cultura, muitos vultos anónimos, por esse país fora. A coletividade Jograis António Aleixo – Grupo Cultural e Desportivo, foi uma lufada de ar fresco, no panorama cultural e desportivo da aldeia de Estoi, do concelho de Faro e do Algarve. Este grupo promoveu o desenvolvimento desportivo e cultural, transmitindo valores inalienáveis, numa sociedade que se queria justa. Nessa caminhada, levou a todos, especialmente aos mais jovens, a possibilidade de usufruir de aprendizagens valiosas para a sua construção, enquanto homens e mulheres deste país. De uma forma democrática e igualitária, a todos recebeu de braços abertos, tentando proporcionar-lhes um espaço de inclusão, de aceitação e partilha, de comunhão de ideias e ideais, tornando-se, neste processo, um lugar de partilha de afetos. É no ambiente pós 25 de Abril, retratado acima que se desenrola o romance, retratando as convulsões emocionais e sociais da época.