Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão
Parque de Sinçães - Vila Nova de Famalicão Ver website
Entrada livre à lotação da sala Companhia Teatro de Braga No contexto da obra camiliana a vertente dramática é a que tem merecido menos apreço da crítica literária, contudo, se analisarmos com atenção, veremos que aí estão as forças motrizes da produção novelística do Autor. O melodrama histórico; o melodrama burguês, (onde se insere Justiça) e a comédia, dão nota cabal das preocupações éticas e filosóficas do autor, do seu modo de encarar o mundo e o país, os costumes e a realidade circundante, num contexto quase sempre autobiográfico. Em Justiça estamos num olhar peculiar sobre a sociedade e os costumes.” De um lado a utopia de uma sociedade que deveria nobilitar-se pela honra e pelo trabalho, a apologia do self-made man que, saído da pobreza, conquistará o seu espaço com probidade. Na trincheira oposta, os homens de mármore, corações empedernidos, adoradores do bezerro de ouro numa sociedade em que o homem era o lobo do homem. De um ângulo, o frémito social e tribunício espelhava as aspirações de uma classe em luta contra a aristocracia empobrecida e decadente, a viver a glória enferrujada de seus brasões. Do outro, o combate ao argentarismo sem entranhas do capital especulativo que visava impor a essa mesma burguesia, um modelo ético que a dignificasse.” Justiça, um dos pilares do estado de direito e tema central de análise sobre a qualidade da democracia na sociedade contemporânea. (...) Rui Madeira
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