RAPAZ IMPROVISADO dedica-se sobretudo à música instrumental, de banda-sonora, noir-jazz-surf-blues e rock experimental, ambiental, e de improviso. A música é um passatempo que vem de trás, das experiências com o seu primo Pedro, amigo de infância, com o qual, em 2009, criou os Sinestetas Albinos. O RAPAZ IMPROVISADO - uma espécie de alter-ego cujo nome nos remete automaticamente para o caminho estético que trilha - surgiu no acaso dos improvisos e no redescobrir das guitarras, após uma viajem à Irlanda. E assim tem evoluido desde a sua génese este RAPAZ IMPROVISADO, sem a pretensão de aspirar a alguma coisa em concreto, excepto, claro, o de cumprir o sonho de um dia figurar na prateleira da world music ou do free jazz, ao lado de nomes como Keith Jarret, Carlos Barretto, Carlos Zíngaro, Hector Zazou, Tom Waits, John Zorn, Bill Frisell ou Marc Ribot, artistas que habitualmente escuta em casa… A obra de RAPAZ IMPROVISADO, materializada já em três álbuns (dois dos quais lançados em 2015) deambula num universo musical onde cabem, de forma quase equitativa, a música tradicional, a surf-music dos anos 60, os Godspeed You Black Emperor, os Sonic Youth e o Ennio Morricone, o nipónico Ryuichi Sakamoto e, obviamente, os ensinamentos obtidos nas audições massivas de Marc Ribot - o seu guitarrista preferido. Mas este RAPAZ IMPROVISADO não se finda no intervalo que a “libertinagem do improviso” permite. Revela também uma assinalável dose de “disciplina da composição” quando, acompanhado da insidiosa, sensual e portentosa voz de Catarina Ribeiro, se metamorfoseia de canídeo nos também mui aconselháveis MISS CAT E O RAPAZ CÃO. Por fim, assinale-se também e ainda, o aprumo gráfico das edições de RAPAZ IMPROVISADO, arquitectadas em edições limitadas, numeradas, e manualmente manufacturadas, o que confere a estes objectos sonoros de edição física um acréscimo de inestimável valor artístico. Carlos Matos (Presidente da Associação Cultural FADE IN)